Bombeiros trabalham em um prédio residencial no subúrbio de Kiev atingido por um bombardeio militar, em 25 de fevereiro de 2022 (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 25 de fevereiro de 2022 às 08h26.
Última atualização em 25 de fevereiro de 2022 às 08h28.
A invasão da Ucrânia iniciada na quinta-feira (24) pelo presidente russo Vladimir Putin provocou uma onda de sanções internacionais contra Moscou, especialmente por parte dos países ocidentais.
Após a reunião de cúpula de seus líderes, a União Europeia (UE) anunciou um endurecimento das sanções contra a Rússia nos setores de energia, finanças e transportes, mas sem incluir até o momento a rede bancária Swift, que permite receber ou emitir pagamentos em todo o mundo.
Trata-se de limitar "drasticamente" o acesso da Rússia aos mercados de capitais europeus. A UE também busca reduzir o acesso do país a "tecnologias cruciais" como componentes eletrônicos e de informática.
De acordo com o rascunho do projeto obtido pela AFP, as medidas incluem o veto à exportação de tecnologia, peças e serviços de aeronáutica e aeroespaciais, assim como de equipamentos para reforma de refinarias de petróleo.
Além disso, as sanções afetam indivíduos nos círculos de poder, com o congelamento de ativos ou proibição de entrada no território da UE, que são adicionadas às aplicadas na quarta-feira contra personalidades próximas a Putin.
Belarus, acusada de envolvimento na invasão, será objeto de medidas adicionais.
O presidente Joe Biden anunciou uma série de novas sanções contra bancos, representantes da elite e estabelecimentos comerciais russos.
Quatro bancos adicionais, incluindo os dois maiores do país (Sberbank e VTB Bank), serão serão sancionados e mais da metade das importações de tecnologia da Rússia serão proibidas.
O grupo de energia Gazprom e outras grandes empresas do país não poderão obter financiamento nos mercados de crédito do Ocidente, uma medida que já era aplicada contra o governo russo.
Washington também ampliou a lista de oligarcas russos punidos e limitou as exportações para a Rússia de produtos tecnologia destinados aos setores de defesa e aeronáutica.
Além disso, o Departamento do Tesouro anunciou sanções contra 24 pessoas e organizações bielorrussas.
O Reino Unido impôs uma série de sanções contra o setor bancário, as importações de tecnologias e cinco empresários da Rússia. O país também fechou seu espaço aéreo à companhia aérea Aeroflot.
Além dos cinco bancos já afetados por sanções anunciadas na terça-feira, o gigante VTB entrou na mira e teve os ativos congelados em território britânico. As novas medidas "permitirão excluir por completo os bancos russos do setor financeiro britânico", disse o primeiro-ministro Boris Johnson.
As medidas também impedirão que empresas públicas e privadas obtenham fundos no Reino Unido e limitarão a quantidade de dinheiro que os russos podem ter em suas contas bancárias britânicas.
No total, 100 novas entidades estão no alvo das autoridades do Reino Unido.
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, anunciou nesta sexta-feira sanções contra a Rússia que incluem o "congelamento de ativos e a suspensão de vistos para pessoas e organizações russas".
Ele também anunciou medidas "sobre as exportações para organizações russas vinculadas ao exército" e sobre "bens de uso geral como os semicondutores".
O Canadá vai adotar sanções contra "58 pessoas e entidades russas", anunciou o primeiro-ministro Justin Trudeau.
Entre os afetados estão os ministros da Defesa, Finanças e Justiça, assim como o grupo de mercenários russos Wagner, considerado próximo a Putin.
O Canadá também cancelou permissões de exportação para a Rússia no valor de 700 milhões de dólares canadenses (US$ 550 milhões), principalmente de produtos dos setores aeroespacial, tecnologia da informação e mineração.
O primeiro-ministro Scott Morrison anunciou uma "segunda série" de sanções contra quatro instituições financeiras e 25 pessoas vinculadas a quatro entidades responsáveis pelo desenvolvimento e venda de equipamento militar.
Também indicou que estão previstas outras sanções, especialmente contra mais de 300 parlamentares russos que votaram a favor da "invasão ilegal da Ucrânia".
A Suíça decidiu não se alinhar com as sanções ocidentais à Rússia, mas atuará para evitar que o país seja usado por Moscou para 'driblar' as medidas punitivas que afetam o governo russo, declarou seu presidente Ignazio Cassis.
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