Inspetores da ONU encontram vestígios de atividade nuclear no Irã
Segundo eles, amostras retiradas de dois locais inspecionados pela Agência Internacional de Energia Atômica da ONU continham vestígios de material radioativo ainda não identificado
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de fevereiro de 2021 às 17h15.
Última atualização em 6 de fevereiro de 2021 às 17h16.
Inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) encontraram novas evidências de atividade nuclear no Irã, disseram diplomatas informados sobre a descoberta. Segundo eles, amostras retiradas de dois locais inspecionados pela Agência Internacional de Energia Atômica da ONU continham vestígios de material radioativo ainda não identificado. Os sinais levantam questionamentos a respeito da possibilidade de o país estar trabalhando em armas nucleares. O Irã ainda não se manifestou sobre a última descoberta. Em Washington, funcionários da Casa Branca e do Departamento de Estado também não comentaram ainda.
No ano passado, o Irã negou a inspeção desses locais pela ONU por um período de sete meses. Na época, autoridades negaram a tentativa de construir uma bomba nuclear e afirmaram que todas as atividades nucleares são direcionadas para fins pacíficos, como geração de energia e saúde. Nos últimos meses, contudo, o país intensificou esses trabalhos, rompendo limites do acordo nuclear selado em 2015 com os Estados Unidos, potências europeias, Rússia e China. O movimento ganhou força um ano depois que o governo Trump encerrou o acordo, em maio de 2018, e retomou as sanções ao Irã, até então suspensas sob o acordo.
De 2019 para cá, grandes potências têm pedido que o Irã coopere com as investigações da agência da ONU, cuja função é garantir que o material nuclear usado para fins civis não seja desviado para armas nucleares. Nesse sentido, o Irã deve declarar todo o material nuclear do país, como parte das suas obrigações internacionais. No ano passado, contudo, os estados membros do conselho da agência votaram pela censura ao Irã por não cooperar. Na ocasião, o país rejeitou a medida e foi apoiado pela Rússia e pela China.