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Inflação na Argentina atinge 160% ao ano e pode fechar 2023 em 200%

Índice em novembro foi de 12,8% e teve alta na comparação com outubro

Mulher passa por imagem de notas de dólar em Buenos Aires (Luis Robayo/AFP)

Mulher passa por imagem de notas de dólar em Buenos Aires (Luis Robayo/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 13 de dezembro de 2023 às 16h51.

Última atualização em 13 de dezembro de 2023 às 16h54.

O índice de inflação ao consumidor na Argentina (IPC) atingiu 12,8% em novembro, segundo divulgou o Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censo) nesta quarta, 13. Com isso, a taxa em 12 meses alcançou 160,9%.

Em outubro, quando foi realizado o primeiro turno das eleições presidenciais, a taxa mensal tinha atingido 8,3%, número menor do que os 12,7% de setembro. No entanto, o dado voltou a acelerar em novembro, e a perspectiva é que o país possa fechar 2023 com inflação anual de 200%.

Os itens que mais subiram foram da categoria Saúde (15,9%), e alimentos e bebidas não alcoólicas (15,7%).

Após o segundo turno, vencido por Javier Milei, houve muitas remarcações de preços em supermercados, o que levou o mercado a já esperar uma alta da inflação em novembro.

Na noite de terça, o ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou um mega pacote de medidas para tentar conter a inflação.

O ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou um pacote de medidas para cortar gastos públicos e tentar recuperar a economia da Argentina. A principal açao foi a desvalorização do câmbio oficial: um dólar passará a ser vendido por 800 pesos, sendo que antes estava cotado a 400.

A mudança aproxima o câmbio oficial do paralelo, chamado de dólar blue, cuja cotação supera 1.000 dólares por peso.

As outras medidas incluem:

  • Os contratos de trabalho com o Estado com menos de um ano de vigência não serão renovados.
  • Anúncios publicitários do governo serão suspensos por um ano.
  • As secretarias serão reduzidas de 106 a 54. Os ministérios já foram cortados de 18 para 9.
  • Transferências do governo federal para as províncias serão reduzidas de 0,8% do PIB para 0,5%.
  • Não haverá novas obras públicas. As que já foram licitadas e não iniciadas serão canceladas.
  • Subsídios a energia e transporte serão suspensos.

Milei tomou posse no domingo, 10, como presidente do país. Desde que venceu as eleições, ele vem dizendo que será preciso fazer um ajuste duro no país para reduzir os gastos públicos e, assim, conter a inflação.

O país também busca recuperar credibilidade internacional e, assim, obter mais crédito e investimentos para resolver outro problema de longo prazo: a falta de dólares para honrar compromissos externos. Já medidas mais radicais prometidas por Milei na campanha, como dolarizar a Argentina e fechar o Banco Central, não estão mais sendo faladas por hora.

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