Bangcoc - As autoridades da Indonésia realizaram na noite de terça-feira a mudança de quatro presos condenados à morte por tráfico de drogas para as dependências anexas ao local onde serão executados, informou nesta quarta-feira a imprensa local.
Fazem parte da segunda rodada de execuções, que o novo governo indonésio retomou em janeiro, dois australianos, um filipino e um nigeriano, segundo o jornal "Jakarta Post".
No entanto, não há menção ao brasileiro Rodrigo Goulart, também condenado à pena capital por tráfico de drogas.
Os presos já se encontram na ilha-prisão de Nusakambangan, no sul da ilha de Java, onde os condenados serão executados por um pelotão de fuzilamento em uma data ainda não marcada.
O procurador-geral da Indonésia deve informar aos sentenciados, com 72 horas de antecedência, sobre a futura execução de suas penas.
O governo australiano, por sua vez, insistiu hoje que vai continuar lutando para salvar a vida dos dois cidadãos do país condenados à morte e de outros oito, de diferentes nacionalidades.
"Não perderei as esperanças, seguirei fazendo as representações (diplomáticas correspondentes). Farei tudo o que for possível para buscar uma mudança em seus corações, em suas mentes", disse à emissora australiana "ABC" a ministra das Relações Exteriores do país, Julie Bishop.
Um grupo de 42 organizações de defesa dos direitos humanos também pediu nesta quarta-feira que o presidente da Indonésia, Joko Widodo, suspenda as execuções, reinstale uma moratória e acabe com a pena capital no país, em carta dirigida ao chefe do Executivo.
O grupo de ONGs afirmou no documento que "não há evidência empírica conclusiva que a imposição da pena de morte por crimes relacionados com as drogas tenha um efeito dissuasório sobre o tráfico e consumo de entorpecentes".
Ainda não há informações sobre quando serão transferidos os outros seis condenados à morte por narcotráfico, entre eles o brasileiro Rodrigo.
No dia 18 de janeiro, seis condenados, entre eles outro brasileiro, Marco Archer Cardoso Moreira, uma indonésia, um holandês, dois nigerianos e um vietnamita, foram executados por pelotões de fuzilamento integrados por 12 pessoas em duas penitenciárias do centro da ilha de Java.
O governo indonésio pediu respeito às suas leis e defendeu o uso da pena capital como medida dissuasória na luta contra o tráfico de drogas.
Widodo, que antes era visto como um reformista pró-direitos humanos, se mostrou inflexível e insistiu que não concederá clemência aos condenados por tráfico de drogas.
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1. Índice letal
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São Paulo – Pelo menos 676 pessoas morreram em 2011, vítimas de execuções oficiais por estados, enquanto outras 18.750 sentenciados continuam aguardando o cumprimento da pena de morte em todo o mundo. É o que mostra o mais recente relatório da Anistia Internacional, que não inclui na conta as milhares de pessoas que a organização acredita terem sido executadas ilegalmente na
China. O número representa um aumento sobre as execuções oficiais registradas em 2010 – 527, em todo o mundo. De acordo com a organização, o aumento se deve ao aumento de sentenças cumpridas no Irã, Iraque e Arábia Saudita. Segundo balanço anual da organização, 140 países já aboliram a pena de morte – seja no papel ou na prática –, mas outros 20 executaram prisioneiros no ano passado. Métodos como decapitação e enforcamento continuam em uso em alguns deles. Clique nas fotos para saber quais são os países que mais fizeram uso da pena de morte em 2011.
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2. China (milhares)
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Como as execuções na China não são oficialmente registradas, não é possível determinar o número exato de mortes, mas a Anistia estima que elas estejam na casa dos milhares. EM 2011, o país aboliu a pena de morte para 13 crimes, principalmente os de colarinho branco, mas o país manteve a pena capital para muitos crimes violentos, incluindo corrupção e tráfico de drogas. A organização também alega que muitas execuções são realizadas sem que antes tenha havido um julgamento apropriado, com confissões obtidas por meio de tortura e putros meios ilegais.
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3. Irã (mais de 360)
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Mais de 360 pessoas foram executadas no Irã em 2011, entre elas as de pelo menos quatro mulheres e três homens que eram menores de 18 anos quando cometeram os crimes. O país também é um dos quatro no mundo que realiza execuções em público – pelos 50 execuções públicas foram realizadas no ano passado. Além de observar um aumento no volume de execuções oficiais, a organização estima que centenas de mortes deixaram de ser reportadas. Entre as acusações punidas com a pena capital no ano passado estão as de “sodomia” e “espalhar a corrupção na Terra”.
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4. Arábia Saudita (mais de 82)
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4/8 (Hamad Olayan/AFP)
As execuções oficiais mais que triplicaram na Arábia Saudita em 2011. Pelo menos 82 pessoas – contra 27 no anterior- foram executadas, incluindo 28 estrangeiros e cinco mulheres. O número representa um retrocesso para o país, que vinha diminuindo o número de execuções desde 2007, segundo a Anistia. A maioria dos prisioneiros não recebeu julgamento respeitando padrões internacionais. Em muitos casos, os acusados não tiveram direito a advogado e foram condenados com base em confissões obtidas à força, de acordo com a organização.
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5. Iraque (mais de 68)
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Pelo menos 68 pessoas foram executadas no Iraque no ano passado, incluindo dois estrangeiros e três mulheres. O governo iraquiano recebeu 735 pedidos de execução para sancionar, entre janeiro de 2009 e setembro de 2011, tendo autorizado 81 delas. Na maioria dos casos, as acusações eram de envolvimento em ataques por grupos armados e práticas de crimes violentos, como assassinado, sequestro e estupro. Os julgamentos na corte criminal foram breves, durando apenas poucos minutos em alguns casos, segundo o relatório.
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6. Estados Unidos (43)
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Os Estados Unidos são o único país do G8 a manter a pena de morte. No ano passado, o estado de Illinois abriu mão da punição capital, somando-se a 15 outros estados norte-americanos “abolicionistas”, mas 43 execuções ainda foram realizadas no país. A maioria delas – 73% - ocorreu em estados do Sul. Ainda de acordo com o relatório, foram emitidas 78 sentenças de morte no país em 2011.
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7. Iêmen (mais de 41)
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7/8 (AFP)
Mais de 41 pessoas foram executadas no Iêmen no ano passado. Outras 29 foram condenadas à morte. Extraoficialmente, a Anistia acredita que os números sejam ainda mais elevados. A pena de morte foi aplicada a uma variedade de ofensas, incluindo crimes não violentos. Embora a lei do país proíba o procedimento, execuções de menores de 18 anos também foram registradas, de acordo com o relatório.
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8. Coréia do Norte (mais de 30)
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Na Coréia do Norte, foram registradas pelo menos 30 execuções oficialmente, mas o número é considerado grosseiramente subestimado pela Anistia. Segundo relatórios não confirmados recebidos pela organização, dezenas de soldados foram presos e executados como parte do processo de consolidação no poder de Kim Jong-un, que sucedeu seu pai como ditador do país após sua morte.