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Indonésia explora áreas devastadas para atrair turistas

Fenômenos naturais do arquipélago tornaram-se sinônimos de turismo exótico

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Devastação causada pelo vulcão Merapi, na Indonésia, é vista diariamente por turistas (Ulet Ifansasti/Getty Images)

Devastação causada pelo vulcão Merapi, na Indonésia, é vista diariamente por turistas (Ulet Ifansasti/Getty Images)

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Paula Regueira Leal

Publicado em 11 de março de 2011 às, 10h21.

Jacarta - O turismo na Indonésia, local de praias paradisíacas, paisagens tropicais e cultura exótica, se reinventa e tenta atrair o viajante para locais devastados por fenômenos naturais.

O arquipélago indonésio, encravado no Círculo de fogo do Pacífico, uma área que registra uma média de 7 mil tremores ao ano, começa a seduzir os viajantes fascinados pela história de vulcões, terremotos e tsunamis.

Estas adversidades que antes representavam um obstáculo para o turismo, que gera cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, atualmente se transformou em uma fonte de receitas.

A destruição causada no ano passado pela erupção do vulcão Merapi, na ilha de Java e próximo à cidade de Yogyakarta, agora está sendo explorada comercialmente.

Mais de 300 pessoas morreram por causa das erupções do Merapi. Mas atualmente a destruição da região, onde é possível ver os restos de casas queimadas, é visitada diariamente por dezenas de turistas, desde que os guias de excursões resolveram incluir esse cenário em seu roteiro.

Até os moradores da região resolveram se aproveitar desse fluxo de turistas, criando estabelecimentos que vendem desde fotos do desastre a camisetas e DVDs com imagens chocantes.

Para Alessandra Marozza, uma turista italiana, a maior surpresa não foi contemplar o desastre, mas "a forma como os indonésios se acostumaram à catástrofe".


A população do país sabe se adaptar rapidamente às calamidades, e por tradição, apego ou necessidade, acaba refazendo sua vida nas encostas dos vulcões, regiões sísmicas ou em áreas litorâneas expostas ao risco de um tsunami.

Por causa desta nova tendência, o Ministério de Turismo ressaltou que sua política consiste em atrair turistas para áreas devastadas após sua completa recuperação.

Com esta filosofia, as autoridades começaram a promover o turismo em Aceh, situada ao extremo norte da ilha de Sumatra, e que ficou famosa desde que sofreu com um maremoto que deixou 164 mil mortos em 2004.

Em Banda Aceh, a capital da província, foi construído um museu sobre o maremoto, onde é possível ver fotografias do desastre e relatos dos sobreviventes.

Os vulcanólogos locais calculam que atualmente há na Indonésia 129 vulcões ativos e, segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos, este arquipélago, formado por 17.508 ilhas, teve o maior número de vulcões ativos ao longo da história.

O mais famoso de todos eles continua sendo o vulcão Krakatoa, que em 1883, em uma das maiores erupções conhecidas, provocou a morte de 36,4 mil pessoas.

Em 1929, os vulcanólogos comprovaram a criação no estreito de Sonda de uma nova ilha por causa da atividade sísmica, e que foi batizada como Anak Krakatoa.

O vulcão registrou sua última erupção em 1994, causando a morte de um turista americano, e há algumas semanas expulsa cinzas continuamente.

No meio do mar, entre várias ilhas vulcânicas e a mais de 50 quilômetros do litoral, o Anak Krakatoa lança cinzas "40 ou 50 vezes por dia", segundo relata Didi, um marinheiro e guia de Carita, uma localidade próxima.

As autoridades indonésias prepararam um plano para a eventual evacuação de milhares de moradores de aldeias próximas ao vulcão, visitado com regularidade pelos turistas a bordo de pequenas embarcações, que ficam a cerca de 300 metros de distância do Anak Krakatoa.

Depois de mais de uma hora de navegação desde uma das praias de Carita, repleta de avisos com instruções de como deixar o local em caso de tsunami, é possível ver as incessantes cinzas lançadas pelo Anak Krakatoa, onde é proibido desembarcar quando o nível de alerta estiver alto.

O passeio pelo vulcão, que dura cerca de meia hora, não é considerado perigoso "sempre que for feito com segurança e em épocas de inatividade", segundo Didi.

O guia ressalta que "há pessoas que vêm passar fim de ano e outras datas comemorativas" no local "para torná-las inesquecíveis".

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