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Indiana de 10 anos é autorizada a abortar após estupros

A menina, a quem sua mãe deixava com frequência em casa quando ia trabalhar, contou ter sido vítima de estupros reiterados por parte de seu padrasto

Protesto na Índia pelo o fim da violência contra as mulheres (Sajjad Hussain/AFP)
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AFP

Publicado em 17 de maio de 2017 às 09h17.

Uma indiana de 10 anos, vítima de reiterados estupros, foi autorizada a abortar, apesar de ter vencido o prazo no qual são autorizadas as interrupções voluntárias de gravidez, anunciou a polícia nesta quarta-feira.

A menina, a quem sua mãe deixava com frequência em casa quando ia trabalhar em obras de construção, contou ter sido vítima de estupros reiterados por parte de seu padrasto. Este último foi detido.

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Quando a menina denunciou os estupros, havia vencido o prazo de 20 semanas durante o qual são autorizadas as interrupções voluntárias de gravidez. Elas são aceitas apenas caso a vida da mãe ou de seu filho corram perigo.

A justiça agiu. "O tribunal decidiu recorrer à opinião de um conselho de médicos que decidiu praticar uma interrupção voluntária da gravidez", declarou à AFP um porta-voz da polícia. A intervenção será realizada rapidamente, segundo a mesma fonte.

Nos últimos meses, várias mulheres vítimas de estupro ou de tráfico de seres humanos recorreram à principal jurisdição indiana para pedir autorização para abortar após o prazo legal.

Os defensores dos direitos das mulheres militam para estender este prazo a 24 semanas, alegando que as vítimas de estupro não declaram rapidamente uma gravidez.

Segundo o jornal Indian Express, a mãe da menina deseja que o suspeito seja libertado, argumentando que ele se desculpou e que ela tem outros menores a seu cargo.

"A vida da menina está destruída, mas o que vai ser dos meus outros filhos? Também tenho que pensar no seu futuro", declarou ao jornal.

A Índia tem um triste balanço em matéria de estupros. Em 2012, o estupro coletivo de uma estudante em Nova Délhi provocou indignação em nível nacional e colocou em evidência a violência sofrida pelas mulheres neste país de 1,25 bilhão de habitantes.

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