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Ilha do Caribe se despede de rainha em meio à nova onda da pandemia

Último reduto da monarquia europeia na América prepara festa para inaugurar a república depois de queda de 17% no PIB em função da covid e fuga de turistas

Ilha se despede da rainha Elizabeth II (Getty Images/Getty Images)

Ilha se despede da rainha Elizabeth II (Getty Images/Getty Images)

CA

Carla Aranha

Publicado em 29 de novembro de 2021 às 17h51.

Última atualização em 29 de novembro de 2021 às 18h01.

Último reduto no Caribe a se desvencilhar de seu passado colonial, chegou o dia de Barbados dar adeus à rainha Elizabeth II, do Reino Unido. Depois de séculos de dominação britânica, a ilha deve finalmente se despedir da monarca britânica nesta terça, dia 30. A mudança de status acontece depois de cinco décadas de debates sobre o regime de governo — agora, o país se tornará uma república.

O último passo rumo à autodeterminação foi dado em outubro deste ano, quando o Parlamento da ilha se reuniu pela primeira vez para escolher o presidente. A vencedora foi uma advogada e ex-juíza do Supremo Tribunal, Sandra Mason, que exercia o cargo de governadora-geral de Barbados desde 2018 — ela toma posse como a nova mandatária, nesta terça, ao lado da primeira-ministra Mia Mottley. “Depois de 396 anos de domínio britânico e 386 anos sob a monarquia do Reino Unido, chegou a hora de expressarmos nossa autoconfiança”, disse Motley.

O ato final de independência — formalmente declarada em 1966 — acontece em meio à frustação com o Reino Unido provocada pela pandemia. A ilha não recebeu vacinas e ajuda financeira de seus antigos governantes. Com o fechamento da economia (e a fuga de turistas), Barbados viu o PIB descer ladeira abaixo, em uma queda de mais de 17% em 2020. O crescimento de 3,3% projetado para este ano não deve recuperar as perdas nem de longe. A esperança é que o turismo, responsável por 36% do PIB da ilha, volte a criar empregos para boa parte dos quase 300.000 habitantes e gerar riqueza.

Por muito tempo, a cana-de-açúcar constituiu a pauta econômica. No século 17, o Reino Unido deu início às plantações, primeiro com escravos e depois com prisioneiros irlandeses e ingleses. O clima e o solo favoráveis ajudaram.

A ilha faz parte da Commonwealth, a comunidade de colônias do Império Britânico, como a Austrália, Canadá, Quênia, e, no Caribe, Guiana, Jamaica e Antígua.

De todas possessões britânicas no Caribe, Barbados foi a última a cortar os laços com a monarquia. Agora, o país prepara uma nova constituição — antes, realiza a festa de posse da presidente na capital, Bridgetown. Centenas de pessoas devem se reunir na praça principal da cidade, Trafalgar Square, inspirada em sua homônima londrina, a poucos quilômetros do mar do Caribe, para a comemoração do início da nova era.

 

 

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