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Igreja não pode ser "museu de memórias", diz papa Francisco

Pontífice exortou os bispos a se livrarem de convenções e preconceitos, com humildade, para ouvir os seus irmãos bispos


	Papa Francisco: a fé cristã "não é um museu para guardar e ser visto"
 (REUTERS/Alexandre Meneghini)

Papa Francisco: a fé cristã "não é um museu para guardar e ser visto" (REUTERS/Alexandre Meneghini)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2015 às 10h18.

Cidade do Vaticano - O papa Francisco disse nesta segunda-feira, em um importante encontro católico sobre questões familiares, que a Igreja não deve ser um tacanho "museu de memórias", mas precisa ter a coragem de mudar, se for isso o que Deus quiser.

A reunião de três semanas de bispos do todo o mundo, conhecida como sínodo, discutirá maneiras de defender a família tradicional e tornar o casamento para a vida toda mais atraente para os jovens, ao mesmo tempo que busca uma forma de acomodar os católicos descontentes, como os homossexuais e os divorciados.

O encontro, do qual tomam parte cerca de 300 bispos, delegados, observadores e 18 casais, foi precedido de uma intensa disputa entre conservadores e liberais sobre uma série de questões sensíveis.

Em seu pronunciamento para abrir a primeira sessão dos trabalhos, Francisco disse que os bispos não devem apenas falar, mas tentar ouvir o que Deus quer para a Igreja, de 1,2 bilhão de membros, e prestar atenção nas opiniões diferentes entre si.

Ele exortou os bispos a se livrarem de convenções e preconceitos, com humildade, para ouvir os seus irmãos bispos. Não deveriam "apontar o dedo uns para os outros e julgá-los" ou se sentir superior àqueles com ideias diferentes, afirmou.

Em um aceno aos conservadores, o papa pediu coragem para "não se deixa intimidar pelas seduções do mundo" e modas passageiras.

Mas, em uma passagem que parecia ser dirigida aos tradicionalistas inflexíveis, Francisco disse que os bispos devem também tomar cuidado com o "endurecimento de alguns corações, que apesar das boas intenções, mantêm as pessoas longe de Deus".

O pontífice afirmou que a fé cristã "não é um museu para guardar e ser visto", mas deve ser uma fonte de inspiração. Francisco exortou os bispos a terem "coragem para trazer vida e não tornar a nossa vida cristã um museu de memórias".

Os bispos, que estão reunidos a portas fechadas, apresentarão relatórios ao papa, que poderá usá-los para escrever o seu próprio documento, conhecido uma Exortação Apostólica, sobre questões familiares.

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