Policiais da Venezuela lançam gás lacrimogênio durante protesto da oposição (REUTERS/Christian Veron)
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2014 às 22h21.
Caracas - A Igreja Católica da Venezuela acusou nesta quarta-feira o governo de Nicolás Maduro de querer implantar um regime "totalitário" e o responsabilizou por gerar o descontentamento que provocou a maior onda de protestos contra o governo na última década.
O monsenhor Diego Padrón, presidente da Conferência Episcopal da Venezuela, leu uma declaração condenando o que considera uma "repressão abusiva e desmedida" das autoridades contra os manifestantes que protestam há quase dois meses nas ruas do país predominantemente católico.
"A principal causa da atual crise é a pretensão do partido oficial e as autoridades da República de implantar o chamado 'plano da pátria', dentro do qual se esconde a promoção de um sistema de governo totalitário, que põe em dúvida o seu perfil democrático", diz o comunicado.
A Igreja Católica e o governo socialista têm uma história recente de desentendimentos. O falecido presidente Hugo Chávez, que dizia ser um católico fervoroso, muitas vezes se voltou contra o clero, a quem chamou de "demônios com batinas".
Milhares de venezuelanos têm saído às ruas das principais cidades do país de 29 milhões de habitantes para exigir soluções do presidente Maduro para a elevada inflação, a escassez persistente de alimentos e a criminalidade desenfreada.
Os confrontos já deixaram ao menos 39 mortos, entre partidários e opositores do governo, segundo dados oficiais.