Fim do mundo: família esperava a extinção e vivia a base de uma horta e uma cabra (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 16 de outubro de 2019 às 15h23.
Um indivíduo de 58 anos suspeito de manter seis membros de uma família durante anos em cativeiro em um sítio isolado na Holanda foi oficialmente acusado de privação de liberdade - informaram os promotores nesta quarta-feira (16).
"O homem é suspeito de estar envolvido em um caso de privação ilegal de liberdade e de tentar contra a saúde de terceiros", anunciaram os promotores holandeses encarregados do caso, acrescentando que ele será levado a um juiz de instrução na quinta.
A polícia anunciou ontem ter encontrado uma família presa em "uma pequena sala fechada" de uma casa de campo isolada no norte do país, onde estava retida há anos.
"Descobrimos seis adultos, que imediatamente alegaram que eram uma família, um pai e seus filhos. Todos são adultos, de acordo com a história", com idades entre 18 e 25 anos, afirmou a polícia em um comunicado.
De acordo com um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Áustria, trata-se de um cidadão deste país, nascido em Viena. Os procuradores holandeses não confirmaram esta informação.
Segundo a imprensa holandesa e austríaca, ele era conhecido como "Josef, o austríaco" e vivia há vários anos com um grupo de jovens.
A polícia local foi alertada por um jovem, na faixa dos 25 anos, que chegou a um bar da cidade no domingo à noite em um estado de confusão mental.
Ainda de acordo com os jornais, este último tinha uma conta no Facebook com o nome de "Jan" e teria, pela primeira vez em nove anos, sido ativo em sua rede social em junho.
A emissora de televisão local RTV Drenthe relatou que a família tinha uma horta e uma cabra para se alimentar e vivia em um cômodo "à espera do fim do mundo". Algumas crianças "não tinham ideia de que existissem outras pessoas no mundo", completou o canal.
Os eventos, que chocaram o país, ocorreram perto da cidade de Ruinerwold, em uma fazenda no meio do campo, cercada por árvores.