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Hollande e Merkel preparam reunião "de grande importância"

Na entrada do prédio, os dois líderes ofereceram uma declaração prévia na qual enfatizaram a seriedade da situação que atinge a zona do euro

Merkel e Hollande: O presidente francês afirmou que a Europa deve ressaltar sua "coerência, força, unidade e solidariedade" (Sean Gallup/Getty Images)

Merkel e Hollande: O presidente francês afirmou que a Europa deve ressaltar sua "coerência, força, unidade e solidariedade" (Sean Gallup/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2012 às 18h19.

Paris - O presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, articularam nesta quarta-feira em Paris os preparativos finais do Conselho Europeu que começa nesta quinta-feira em Bruxelas, considerado por ambos "de grande importância para o futuro da Europa".

Merkel foi recebida no Palácio do Eliseu - sede do governo francês - pouco antes das 19h15 locais (14h15 de Brasília). Na entrada do prédio, os dois líderes ofereceram uma declaração prévia na qual enfatizaram a seriedade da situação que atinge a zona do euro e a necessidade de aprofundar a integração do continente.

"Nós dois queremos aprofundar a união econômica e monetária e posteriormente política para chegar a uma integração e uma solidariedade", declarou o presidente francês, que disse que este é o ânimo com o qual os líderes comparecem à cúpula europeia desta quinta-feira.

O encontro desta quarta-feira mantém a tradição de França e Alemanha de se reunir bilateralmente na véspera das cúpulas europeias, e ocorre em resposta à visita que Hollande fez a Berlim no dia 15 de maio passado, quando tomou posse da Presidência.

Após duas semanas de negociações intensas - nesta terça-feira se reuniram em Paris os ministros de Finanças da Alemanha, França, Itália e Espanha -, Hollande expressou sua satisfação com os resultados desses encontros preparatórios, "principalmente no que se refere ao crescimento".

Recentemente, os líderes desses quatro países decidiram em Roma, entre outras medidas, propor na cúpula desta quinta-feira a criação de um fundo de 130 bilhões de euros, equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia (UE), para reativar a atividade econômica no bloco.

"Fizemos avanços significativos sobre o pacto de crescimento e espero que possa ser adotado amanhã", indicou a chanceler alemã nesta quarta-feira. "Mais Europa! Uma Europa que funcione e uma Europa cujos membros ajudem uns aos outros".


Os organizadores do encontro disseram, horas antes, que o jantar de trabalho entre Merkel e Hollande deveria abordar a crise do sistema bancário espanhol e a dívida grega, além de sua visão comum de um plano de recuperação a médio prazo para a Europa.

Nem Hollande nem Merkel entraram em detalhes em sua declaração. Não há discursos ou comunicados programados após o término do encontro.

O presidente francês afirmou que a Europa deve ressaltar sua "coerência, força, unidade e solidariedade", e disse, em seu nome e no da chanceler, que os dois estão cientes das medidas que devem preparar em prol da estabilidade financeira.

Nesse breve discurso, Hollande enfatizou os pontos em que ambos estão de acordo, na linha do antecipado nesta manhã por fontes diplomáticas francesas, segundo as quais "não há nenhuma tensão entre eles".

Com isso, se afasta a atenção das posturas divergentes apresentadas previamente sobre pontos fundamentais, como a forma de abordar os problemas da dívida e a assistência financeira aos bancos espanhóis, ante o que Paris aposta por ajudar diretamente os bancos, e não o Estado.

A Presidência francesa informou que a reunião entre ambos não se prolongaria por mais de 15 minutos e que, após a mesma, haveria o jantar de trabalho.

"A situação é séria. Temos a obrigação de construir a Europa forte e estável do amanhã", disse a chanceler à imprensa, horas após rejeitar categoricamente qualquer mecanismo de coletivização das dívidas soberanas (os eurobônus).

Este será um dos pontos do debate desta quinta e sexta-feira em Bruxelas, onde os líderes da UE discutirão a maneira de aprofundar a integração financeira, orçamentária e econômica, que inclui maior controle orçamentário, eurobônus a médio prazo e um Tesouro europeu a longo prazo, bem como um fundo de resgate com mais poderes que os atuais.

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