Harvard e MIT processam governo Trump por regra contra alunos estrangeiros
Nova regra proibiria a permanência de estudantes estrangeiros nos EUA se as universidades passarem a dar cursos pela internet
Reuters
Publicado em 8 de julho de 2020 às 18h11.
Última atualização em 8 de julho de 2020 às 19h51.
A Universidade Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts processaram o governo do presidente americano Donald Trump, nesta quarta-feira, na tentativa de barrar uma regra nova que proibiria a permanência nos Estados Unidos de estudantes estrangeiros se suas universidades passarem a dar cursos pela internet devido à pandemia de coronavírus.
As duas universidades iniciaram uma ação civil em um tribunal federal de Boston pedindo uma suspensão emergencial temporária da nova diretiva emitida pelo governo na segunda-feira.
"Defenderemos este caso vigorosamente para que nossos estudantes internacionais — e estudantes internacionais de instituições de todo o país — possam continuar seus estudos sem ameaça de deportação", escreveu o reitor de Harvard, Lawrence Bacow, em um comunicado destinado à comunidade de Harvard.
A ação civil das duas universidades mais exclusivas dos Estados Unidos é a primeira contestação da ordem, que poderia obrigar dezenas de milhares de alunos estrangeiros a deixar o país se suas escolas adotarem o ensino remoto.
Harvard havia anunciado que todas as aulas serão virtuais no próximo semestre.
A procuradora-geral de Massachusetts, Maura Healey, disse em um comunicado que seu estado também está planejando um processo de repúdio à regra, que qualificou como "cruel" e "ilegal".
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos não respondeu de imediato a um pedido de comentário. O presidente americano Donald Trump está pressionando escolas de toda a nação a reabrir no outono do Hemisfério Norte.
O anúncio do governo Trump surpreendeu instituições acadêmicas que lutam com os desafios logísticos de retomar as aulas com segurança enquanto a pandemia de coronavírus se espalha sem trégua por todo o mundo e aumenta nos Estados Unidos, especialmente entre os jovens.