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Hamas responde a Trump que Netanyahu sabotou todas as tentativas de trégua em Gaza

"Estivemos muito perto de assinar um acordo, mas devido às ações e decisões selvagens, esses acordos fracassaram", disse Basem Naim, membro do escritório político do grupo palestino

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 3 de dezembro de 2024 às 10h06.

Última atualização em 3 de dezembro de 2024 às 10h28.

O movimento islâmico palestino Hamas afirmou, nesta terça-feira, 3, que todas as tentativas de trégua na Faixa de Gaza, acompanhadas pela libertação de reféns, foram “sabotadas” pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em resposta às declarações ontem à noite do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que apelou à sua libertação imediata antes de assumir o cargo.

"Netanyahu sabotou todas estas tentativas. Em muitas ocasiões, estivemos muito perto de assinar um acordo, mas devido às suas ações e decisões selvagens, esses acordos fracassaram", disse Basem Naim, membro do escritório político do Hamas.

Trump, que assumirá a presidência em 20 de janeiro, afirmou ontem em uma mensagem na rede social Truth Social que se os reféns não forem libertados até essa data, haverá "todo o inferno a pagar no Oriente Médio e para os responsáveis ​​que perpetraram essas atrocidades contra a humanidade", em referência aos atentados de 7 de outubro de 2023, que deram lugar à atual guerra na Faixa, que acumula mais de 44,4 mil mortes.

“Desde o início deste genocídio, o Hamas anunciou publicamente e tem estado ativo na busca de um cessar-fogo permanente para pôr fim à agressão israelense contra o nosso povo; um acordo que teria incluído uma troca total de prisioneiros”, acrescentou Naim.

O representante do Hamas considerou que a mensagem de Trump deveria ser dirigida a Netanyahu, que está usando as negociações como uma “cobertura para seus interesses ideológicos, políticos e pessoais”.

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“Esperamos que chegue o dia em que este genocídio contra o nosso povo acabe, que eles regressem livres às suas casas em toda a Faixa de Gaza e que os prisioneiros de ambos os lados sejam libertados e voltem a desfrutar da vida com suas famílias”, destacou.

Vários ministros do governo israelense e até o presidente de Israel, Isaac Herzog, apreciaram as palavras de apoio de Trump, que teria exigido um cessar-fogo em Gaza antes de assumir o cargo na Casa Branca em um mês e meio, segundo meios de comunicação americanos.

No ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou mais de mil mortos, 251 pessoas foram sequestradas, destas 154 regressaram, algumas libertadas durante a trégua e outras recuperadas em operações do Exército israelense.

Enquanto 101 permanecem sequestrados, dos quais 97 foram raptados em 2023 – 35 deles mortos – e 4 estão no enclave desde 2014, deles dois militares que morreram na guerra daquele ano.

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