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Haitianos se manifestam na Flórida para exigir desculpas de Trump

O presidente americano nega ter dito em uma reunião sobre imigração que países como o Haiti são "buracos de merda"

Protesto: a manifestação foi crescendo ao longo da manhã até chegar a cerca de 400 pessoas (Andrew Innerarity/Reuters)

Protesto: a manifestação foi crescendo ao longo da manhã até chegar a cerca de 400 pessoas (Andrew Innerarity/Reuters)

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EFE

Publicado em 15 de janeiro de 2018 às 18h52.

Miami - Várias centenas de haitianos protestaram nesta segunda-feira perto de Mar-a-Lago, propriedade do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no sul da Flórida, para exigir-lhe que peça desculpas por seus supostos comentários insultantes sobre o Haiti.

A imprensa local cifrou entre 200 e 400 o número de participantes nesta manifestação em Palm Beach, cidade que fica cerca de 100 quilômetros ao norte de Miami.

Trump está passando o final de semana prolongado nos EUA no seu clube Mar-a-Lago, em Palm Beach, enquanto a polêmica por um comentário seu sobre Haiti, El Salvador e países africanos segue viva e ressonando.

O presidente americano nega ter dito em uma reunião sobre imigração que esses países são "buracos de merda", como afirmam o senador democrata Dick Durbin e o jornal "The Washington Post".

Segundo o jornal "Sun Sentinel", os manifestantes haitianos reunidos hoje perto do perímetro de segurança que rodeia Mar-a-Lago quando o presidente está ali gritaram palavras de ordem como "Queremos desculpas".

A manifestação acontece significativamente no dia dedicado nos Estados Unidos ao defensor dos direitos civis da população negra, Martin Luther King, nascido em 15 de janeiro de 1929.

O organizador da manifestação, James Leger, um ativista e locutor de rádio haitiano, disse que se o reverendo King, que foi assassinado em 1968, estivesse vivo, "estaria se manifestando conosco", segundo relatou o "Sun Sentinel".

"Vamos rezar pelos EUA e pelo presidente Trump. As pessoas cometem erros. Não estamos pedindo o impeachment, só pedimos que se desculpe", acrescentou.

O portal "Palm Beach Post" indicou que a manifestação foi crescendo ao longo da manhã até chegar a cerca de 400 pessoas que estão percorrendo a ponte que une Palm Beach à ilha onde está Mar-a-Lago.

Charlemagne Metayer, um haitiano nacionalizado americano, declarou a este portal que muitos dos manifestantes têm até três empregos para poder manter suas famílias.

"Somos gente que trabalha duro. Merecemos uma desculpa do presidente", ressaltou.

Os manifestantes criticaram também que o governo Trump tenha decidido acabar com o programa de Status de Proteção Temporária (TPS) para imigrantes do Haiti, que se calcula que beneficiava mais de 58.000 pessoas, com o argumento que o país caribenho já está em condições de recebê-los.

Os haitianos receberam o TPS após o catastrófico terremoto sofrido em 2010, que causou cerca de 300.000 mortes e deslocou um milhão e meio de pessoas.

O governo Trump deu aos haitianos que se beneficiavam do TPS um prazo de 18 meses para que retornem ao seu país ou busquem uma alternativa a partir de 22 de julho de 2019.

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