Guterres e os problemas da ONU
Em sua primeira mensagem como secretário-geral da ONU, transmitida no dia 1º de janeiro via internet, o português Antonio Guterres fez um apelo para que “2017 seja um ano de Paz”. A realidade, no entanto, será muito mais dura, como mostra a agenda de encontros desta terça-feira. O dia começa com uma homenagem às 211 […]
Da Redação
Publicado em 2 de janeiro de 2017 às 19h18.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h38.
Em sua primeira mensagem como secretário-geral da ONU, transmitida no dia 1º de janeiro via internet, o português Antonio Guterres fez um apelo para que “2017 seja um ano de Paz”. A realidade, no entanto, será muito mais dura, como mostra a agenda de encontros desta terça-feira.
O dia começa com uma homenagem às 211 pessoas mortas em serviço para a ONU entre 2015 e 2016, a maioria em missões em países da África — uma lembrança clara da distância entre o discurso e a prática da paz. Na sequência, Guterres tem um encontro com Olof Skoog, embaixador sueco na ONU e presidente temporário do Conselho de Segurança, o órgão máximo da entidade. Na pauta, estará o tema de reforma da ONU. A ideia da Suécia é limitar o poder de veto dos membros-permanentes do Conselho para questões de flagrante atrocidade em massa, como no caso da Síria.
Se a regra já existisse, a ONU poderia ter enviado tropas de paz logo depois da confirmação de uso de armas químicas por Bashar al-Assad contra a população civil, em 2013. “Vamos trabalhar para um Conselho de Segurança mais determinado, transparente e legítimo afirmou, em artigo, a ministra das relações exteriores da Suécia, Margot Wallström.
Apesar da boa vontade sueca, as chances de uma reforma imediata são pequenas. Prova disso é que o último encontro de Guterres nesta terça-feira será com o presidente do Conselho de Tutela, um órgão inútil dentro da ONU desde 1994. Criado em 1945 para ajudar na criação de estados livres após a Segunda Guerra Mundial, o Conselho de Tutela já terminou sua missão. Seu fim já foi defendido pelo ex-secretário-geral Kofi Annan, mas nunca se chegou a um consenso dos estados membros sobre como modificar a Carta das Nações Unidas. Enquanto isso, a entidade segue com reuniões protocolares.