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Günter Grass diz que Israel ameaça paz mundial

O Prêmio Nobel de Literatura publicou nesta quarta-feira um poema no qual defende o Irã e critica as armas atômicas de Israel

Grass, conhecido por seu posicionamentos de esquerda, reconheceu ter feito parte das Waffen SS durante a juventude (Philipp Guelland/AFP)
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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2012 às 11h10.

Berlim - O Prêmio Nobel de Literatura alemão Günter Grass publicou nesta quarta-feira um poema no qual defende o Irã e afirma que Israel, com suas armas atômicas, "coloca em perigo uma paz mundial por si só já frágil".

Intitulado "O que é preciso dizer", o poema em prosa publicado no jornal Süddeutsche Zeitung e no espanhol El País, denuncia eventuais ataques preventivos israelenses contra instalações nucleares iranianas como um projeto de poderá "exterminar o provo iraniano (...) porque, em sua jurisdição, suspeita-se da fabricação de uma bomba atômica".

Ao mesmo tempo, "esse outro país, no qual há anos - apesar de mantido em segredo - se dispõe de um crescente potencial nuclear, fora de controle, já que é inacessível a qualquer inspeção", afirma o Nobel de Literatura de 1999, referindo-se a Israel, em mencionar o nome no início de seu texto.

Grass denuncia "o silêncio geral sobre este fato".

"Por que somente agora o digo (...) Israel, potência nuclear, coloca em perigo uma paz mundial, por si só já frágil? Porque é preciso dizer o que amanhã poderá ser tarde demais", explica o autor.

"Eu admito: não sigo calando porque estou farto da hipocrisia do Ocidente" em relação a Israel, "causador desse perigo visível", enfatiza Grass.

A reação de Israel não se fez esperar. "É uma tradição europeia a de atacar os judeus antes da Páscoa judaica", afirmou, em um comunicado, o número dois da embaixada de Israel em Berlim, Emmanuel Nahshon.

"Israel é o único país do mundo questionado publicamente em seu direito de existir", acrescenta, insistindo que os israelenses "querem viver em paz com seus vizinhos da região".

"Não estamos dispostos a endossar o papel que Günter Grass nos atribui no trabalho do passado do povo alemão".

O jornalista Henryk Broder deu a resposta no Die Welt. "Grass sempre teve um problema com os judeus, mas jamais o havia expressado tão claramente como neste poema", escreveu.

Em 2006, Günter Grass, conhecido por seu posicionamentos de esquerda, reconheceu ter feito parte das Waffen SS durante a juventude.

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Berlim - O Prêmio Nobel de Literatura alemão Günter Grass publicou nesta quarta-feira um poema no qual defende o Irã e afirma que Israel, com suas armas atômicas, "coloca em perigo uma paz mundial por si só já frágil".

Intitulado "O que é preciso dizer", o poema em prosa publicado no jornal Süddeutsche Zeitung e no espanhol El País, denuncia eventuais ataques preventivos israelenses contra instalações nucleares iranianas como um projeto de poderá "exterminar o provo iraniano (...) porque, em sua jurisdição, suspeita-se da fabricação de uma bomba atômica".

Ao mesmo tempo, "esse outro país, no qual há anos - apesar de mantido em segredo - se dispõe de um crescente potencial nuclear, fora de controle, já que é inacessível a qualquer inspeção", afirma o Nobel de Literatura de 1999, referindo-se a Israel, em mencionar o nome no início de seu texto.

Grass denuncia "o silêncio geral sobre este fato".

"Por que somente agora o digo (...) Israel, potência nuclear, coloca em perigo uma paz mundial, por si só já frágil? Porque é preciso dizer o que amanhã poderá ser tarde demais", explica o autor.

"Eu admito: não sigo calando porque estou farto da hipocrisia do Ocidente" em relação a Israel, "causador desse perigo visível", enfatiza Grass.

A reação de Israel não se fez esperar. "É uma tradição europeia a de atacar os judeus antes da Páscoa judaica", afirmou, em um comunicado, o número dois da embaixada de Israel em Berlim, Emmanuel Nahshon.

"Israel é o único país do mundo questionado publicamente em seu direito de existir", acrescenta, insistindo que os israelenses "querem viver em paz com seus vizinhos da região".

"Não estamos dispostos a endossar o papel que Günter Grass nos atribui no trabalho do passado do povo alemão".

O jornalista Henryk Broder deu a resposta no Die Welt. "Grass sempre teve um problema com os judeus, mas jamais o havia expressado tão claramente como neste poema", escreveu.

Em 2006, Günter Grass, conhecido por seu posicionamentos de esquerda, reconheceu ter feito parte das Waffen SS durante a juventude.

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