EUA: acordo faz parte da estratégia de Washington na América do Sul e no Caribe (PxHere/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 20h42.
A Guiana assinou um acordo com os Estados Unidos para ampliar a cooperação militar entre os dois países, em meio ao aumento da tensão no mar do Caribe envolvendo Washington e a Venezuela. O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo presidente guianense, Irfaan Ali.
Segundo comunicado oficial, o objetivo do acordo é “ampliar a cooperação militar conjunta com pleno respeito à soberania e às leis de ambos os países”.
Ali detalhou que está previsto o reforço do treinamento e da colaboração de longo prazo dentro de mecanismos já existentes.
Entre esses instrumentos está o Acordo Shiprider, que permite que agentes de segurança americanos persigam, interceptem e abordem embarcações suspeitas de tráfico de drogas em águas da Guiana. A medida integra o esforço conjunto no combate ao crime transnacional no Caribe.
A assinatura ocorreu após reuniões de alto nível com autoridades dos Estados Unidos, incluindo o assessor principal do secretário da Guerra, Patrick Weaver, e o subsecretário adjunto de Defesa para assuntos do hemisfério ocidental, Joseph Humire.
De acordo com Ali, o novo entendimento faz parte da estratégia em desenvolvimento entre Washington e seus aliados na América do Sul e na Comunidade do Caribe (Caricom) para atuação conjunta em defesa e segurança, no âmbito da chamada operação Lança do Sul.
Desde o início dessa operação pelo Comando Sul dos EUA, cerca de 20 embarcações supostamente carregadas de drogas foram afundadas. Segundo Washington, mais de 80 tripulantes, descritos como “narcoterroristas”, morreram nessas ações.
O acordo foi firmado menos de 24 horas depois de o presidente da Guiana reiterar o compromisso do país em trabalhar com aliados internacionais para promover a paz e a democracia e combater atores ligados ao crime transnacional na Guiana e no restante do Caribe.
A Guiana também apoiou o envio de tropas americanas para a região do Caribe. Em troca, os Estados Unidos apoiam o país na disputa fronteiriça com a Venezuela pela região de Essequibo, administrada por Georgetown, mas reivindicada por Caracas.
*Com informações da EFE