Guerrilha grega ameaça perturbar o turismo
Atenas - Uma guerrilha urbana ameaçou na quarta-feira ampliar seus ataques e perturbar a alta temporada turística na Grécia, por meio de um panfleto em que o grupo autointitulado Seita Rebelde assume a responsabilidade pelo assassinato de um jornalista na semana passada. A nota foi publicada na quarta-feira pelo jornal esquerdista Ta Nea, e a […]
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2010 às 12h37.
Atenas - Uma guerrilha urbana ameaçou na quarta-feira ampliar seus ataques e perturbar a alta temporada turística na Grécia, por meio de um panfleto em que o grupo autointitulado Seita Rebelde assume a responsabilidade pelo assassinato de um jornalista na semana passada.
A nota foi publicada na quarta-feira pelo jornal esquerdista Ta Nea, e a polícia disse acreditar na sua autenticidade.
Sokratis Giolias, 37 anos, que escrevia para um popular blog noticioso, foi morto a tiros em 19 de julho em frente à sua casa. Foi o primeiro profissional da imprensa a ser assassinado no país em várias décadas.
A Seita Rebelde, que também reivindicou o assassinato de um policial especializado no combate ao terrorismo, ocorrido no ano passado em Atenas, disse que irá realizar mais ataques contra policiais, jornalistas e agentes prisionais.
"Os turistas deveriam saber que a Grécia não é mais um porto seguro do capitalismo. Almejamos transformá-la em uma zona de guerra dos processos revolucionários, com incêndios, sabotagens, demonstrações aguerridas, ataques com bombas e homicídios armados", disse o grupo na nota. "Estamos em guerra contra a sua democracia."
A guerrilha, surgida após os distúrbios que paralisaram Atenas em dezembro de 2008, disse que não realizará homicídios indiscriminados, e não fez ameaças de atacar diretamente os turistas neste verão europeu.
Seis pessoas morreram em atentados neste ano na Grécia. Em junho, uma carta-bomba explodiu no Ministério de Proteção da Cidadania, matando um dos principais assessores do ministro.
A ameaça guerrilheira ocorre num momento de protestos trabalhistas e sociais na Grécia, por causa das medidas de austeridade adotadas pelo governo para enfrentar a crise nas finanças públicas.
Nos últimos meses, sindicatos organizaram várias greves contra os cortes no orçamento e nos benefícios sociais, recomendados pelo Fundo Monetário Internacional e por outros governos europeus em troca de um pacote de ajuda de 110 bilhões de euros (138 bilhões de dólares) para o endividado país.