Sudanesa em frente a pirâmides do Sudão, ao lado do Egito; país foi governado por rainhas (Eric Lafforgue/Getty Images)
Carla Aranha
Publicado em 31 de agosto de 2020 às 11h18.
Última atualização em 31 de agosto de 2020 às 13h03.
Conhecido pela liderança das mulheres no governo durante séculos a fio, o Sudão, que já foi um dos reinos mais prósperos do mundo, finalmente deu um passo importante para colocar fim à guerra civil mais longa do planeta, que já dura 17 anos. Nesta segunda-feira, dia 31, comandantes de grupos de oposição e o governo local concordaram em assinar um acordo de paz. O conflito já matou centenas de milhares de pessoas.
O acordo permite que grupos rebeldes tenham representação política e possam recuperar seus direitos à posse de terra. Eles também poderão se integrar às forças armadas. Os cinco maiores grupos rivais concordaram em assinar o tratado de paz, em uma resolução histórica.
Cerca de 300.000 pessoas morreram e 2,5 milhões ficaram desabrigadas desde que as forças do governo e milícias árabes se uniram para reprimir grupos rebeldes formados por outras etnias em 2003. Os confrontos tomaram conta de um território do tamanho da França.
Antiga colônia do Reino Unido, o Sudão conquistou a independência em 1956. Desde então, o país se viu imerso em décadas de conflito, em geral disparados por rivalidades entre cristãos e muçulmanos.
Atravessado pelo Rio Nilo e vizinho do Egito, o Sudão já foi um dos países mais importantes da Antiguidade. Governado por rainhas, que ordernaram a construção de inúmeras pirâmides, como no Egito, o país já foi o centro de um grande império na África.
O país é rico em petróleo, que responde por pelo menos 70% das exportações, e ouro. Com uma histórica riquíssima, centenas de pirâmides e outros pontos históricos, o Sudão pode se abrir ao turismo caso a paz de fato prevalesça.