Grupos religiosos se opõem a show de Ricky Martin em Honduras
Cantor que se apresentará no próximo domingo está sendo rejeitado pela Confraternidade Evangélica do país
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2011 às 19h41.
Tegucigalpa, Honduras - A rejeição de grupos religiosos ao show do cantor Ricky Martin em Honduras, marcado para o próximo domingo, foi qualificada como uma atitude homofóbica por diversos setores do país.
'A polêmica em torno do show de Martin tem um grande substrato de homofobia, intolerância e é produto de uma sociedade conservadora', afirmou à Agência Efe Teodosio Mejía, psicólogo e professor universitário.
Em março de 2010, antes de lançar seu nono álbum de estúdio, intitulado Música + Alma + Sexo, o cantor porto-riquenho assumiu ser homossexual , confirmando que vivia com seu companheiro e os dois filhos, Valentino e Matteo.
Nesse contexto, a chegada de Martin em Honduras para a realização de um show em prol de uma fundação, que, por sinal, cuida de crianças carentes, acabou gerando uma enorme polemica no país nos últimos dias. A Confraternidade Evangélica de Honduras expressou ao ministro do Interior, Áfrico Madrid, sua preocupação com 'a mensagem e o exemplo' que o cantor transmite.
Em carta ao ministro, os evangélicos indicaram que a apresentação será realizada em um momento de 'levantar e cultivar os mais altos valores cívicos e morais para consolidar e não debilitar a essência da nacionalidade hondurenha: a família'.
Apesar de afirmarem que não são contrários à preferência sexual do artista, por considerá-las parte de sua vida particular, os evangélicos insistiram em dizer que Martin traz uma mensagem que 'não é exemplo para a família'.
Por sua vez, o psicologo Teodosio Mejía considera que a reação dos evangélicos é 'natural' porque 'há grupos, organizações religiosas e indivíduos que têm essa sintomatologia de homofobia e intolerância'.
Outras pessoas também expressaram opiniões similares à de Mejía, incluindo a promotora de Direitos Humanos, Sandra Ponce, que na semana passada advertiu que quem impedisse a chegada de Martin deveria receber uma ação penal.
Mejía lembrou que 'o ódio aos homossexuais não é um tema novo, ocorrendo desde tempos ancestrais como consequência de uma educação familiar baseada em valores de uma cultura machista'.
O coordenador da Associação para uma Vida Melhor de Pessoas infectadas pelo HIV, José Zambrano, disse nesta sexta-feira aos jornalistas que é a favor do show de Martin e que o Estado hondurenho é homofóbico porque, em sua opinião, não legisla para a diversidade sexual, mas a discrimina.
'Em Honduras, a transexualidade está catalogada como uma doença ou transtorno, porém nós sabemos que a Organização Mundial da Saúde, desde 1990, excluiu a homossexualidade da estatística de doenças e outros problemas de saúde', acrescentou.
Zambrano indicou que a discriminação contra a comunidade LGBT em Honduras 'é horrível' e que no Governo de Porfirio Lobo foram registrados 53 crimes contra membros desses coletivos.
O próprio presidente hondurenho entrou no debate ao ordenar no último dia 6 a realização do espetáculo. O argumento oficial usado pelo presidente dizia que Martin era um embaixador do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e não poderia ser proibido de entrar no país, segundo a ministra da Justiça e Direitos Humanos, Ana Pineda.
Após a decisão de Lobo, uma comissão de censura finalmente autorizou a realização do show, mas sem permitir a entrada dos menores de 15 anos, o que acabou incomodando novamente o presidente. Assim, Lobo ordenou que essa imposição fosse revista.
Tegucigalpa, Honduras - A rejeição de grupos religiosos ao show do cantor Ricky Martin em Honduras, marcado para o próximo domingo, foi qualificada como uma atitude homofóbica por diversos setores do país.
'A polêmica em torno do show de Martin tem um grande substrato de homofobia, intolerância e é produto de uma sociedade conservadora', afirmou à Agência Efe Teodosio Mejía, psicólogo e professor universitário.
Em março de 2010, antes de lançar seu nono álbum de estúdio, intitulado Música + Alma + Sexo, o cantor porto-riquenho assumiu ser homossexual , confirmando que vivia com seu companheiro e os dois filhos, Valentino e Matteo.
Nesse contexto, a chegada de Martin em Honduras para a realização de um show em prol de uma fundação, que, por sinal, cuida de crianças carentes, acabou gerando uma enorme polemica no país nos últimos dias. A Confraternidade Evangélica de Honduras expressou ao ministro do Interior, Áfrico Madrid, sua preocupação com 'a mensagem e o exemplo' que o cantor transmite.
Em carta ao ministro, os evangélicos indicaram que a apresentação será realizada em um momento de 'levantar e cultivar os mais altos valores cívicos e morais para consolidar e não debilitar a essência da nacionalidade hondurenha: a família'.
Apesar de afirmarem que não são contrários à preferência sexual do artista, por considerá-las parte de sua vida particular, os evangélicos insistiram em dizer que Martin traz uma mensagem que 'não é exemplo para a família'.
Por sua vez, o psicologo Teodosio Mejía considera que a reação dos evangélicos é 'natural' porque 'há grupos, organizações religiosas e indivíduos que têm essa sintomatologia de homofobia e intolerância'.
Outras pessoas também expressaram opiniões similares à de Mejía, incluindo a promotora de Direitos Humanos, Sandra Ponce, que na semana passada advertiu que quem impedisse a chegada de Martin deveria receber uma ação penal.
Mejía lembrou que 'o ódio aos homossexuais não é um tema novo, ocorrendo desde tempos ancestrais como consequência de uma educação familiar baseada em valores de uma cultura machista'.
O coordenador da Associação para uma Vida Melhor de Pessoas infectadas pelo HIV, José Zambrano, disse nesta sexta-feira aos jornalistas que é a favor do show de Martin e que o Estado hondurenho é homofóbico porque, em sua opinião, não legisla para a diversidade sexual, mas a discrimina.
'Em Honduras, a transexualidade está catalogada como uma doença ou transtorno, porém nós sabemos que a Organização Mundial da Saúde, desde 1990, excluiu a homossexualidade da estatística de doenças e outros problemas de saúde', acrescentou.
Zambrano indicou que a discriminação contra a comunidade LGBT em Honduras 'é horrível' e que no Governo de Porfirio Lobo foram registrados 53 crimes contra membros desses coletivos.
O próprio presidente hondurenho entrou no debate ao ordenar no último dia 6 a realização do espetáculo. O argumento oficial usado pelo presidente dizia que Martin era um embaixador do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e não poderia ser proibido de entrar no país, segundo a ministra da Justiça e Direitos Humanos, Ana Pineda.
Após a decisão de Lobo, uma comissão de censura finalmente autorizou a realização do show, mas sem permitir a entrada dos menores de 15 anos, o que acabou incomodando novamente o presidente. Assim, Lobo ordenou que essa imposição fosse revista.