Mundo

Grupos religiosos não querem que Miami concorra com cassinos de Las Vegas

Proposta legislativa, que deve ser votada no início de 2012, pretende abrir caminho para a construção em Miami e seus arredores de três gigantescos cassinos

Complexo criaria 100 mil empregos, representaria um investimento de US$ 3,8 bilhões, forneceria US$ 600 milhões anuais em impostos
 (Ali Seifert/Stock.Xchng)

Complexo criaria 100 mil empregos, representaria um investimento de US$ 3,8 bilhões, forneceria US$ 600 milhões anuais em impostos (Ali Seifert/Stock.Xchng)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2011 às 20h02.

Miami - Várias associações religiosas se juntaram nesta terça-feira ao grande grupo que se opõem a que Miami abrigue o maior cassino do mundo e impulsione a construção de outros grandes centros de jogo ao estilo de Las Vegas.

A Conferência Católica da Flórida, a Convenção Batista da Flórida e a Ação Familiar da Flórida argumentaram hoje em entrevista coletiva que o jogo atrai especialmente os pobres e advertiram que traz consigo 'prostituição, dependências, falências, suicídios e outros problemas sociais'.

Estes grupos são os últimos a se pronunciarem sobre uma polêmica que há semanas protagoniza debates públicos em uma cidade que se encontra em uma encruzilhada: continuar combatendo a crise e o desemprego a base de cortes de despesas ou investir para se transformar em uma nova Las Vegas.

Uma proposta legislativa, que deve ser votada no início de 2012, pretende abrir caminho para a construção em Miami e seus arredores de três gigantescos cassinos. Concretamente, a normativa só autorizaria cassinos com investimentos de mais de US$ 2 bilhões.

O mais espetacular projeto que há sobre a mesa é o do grupo malaio Genting, que comprou terrenos em pleno centro da cidade com a intenção de criar ali o maior cassino do mundo, com 8.500 caça-níqueis e mais espaço para mesas de jogo que o que oferecem os três maiores cassinos de Las Vegas juntos.

O complexo criaria 100 mil empregos, representaria um investimento de US$ 3,8 bilhões, forneceria US$ 600 milhões anuais em impostos e ofereceria 5.200 quartos de hotel, mil apartamentos e 50 bares e restaurantes.


'O resort de Genting será 'anti-Vegas'. Será um destino de entretenimento multifuncional que complementará a infraestrutura turística de Miami e impulsionará a economia local', explicou seu porta-voz, Tadd Schwartz, para combater as críticas.

Também demonstraram interesse nos projetos grandes empresas de cassinos de Las Vegas, como Sands, Wynn e Caesars, que estão pendentes de um relaxamento na normativa do jogo na Flórida, o que ajudaria a combater um déficit estadual de mais de US$ 1,5 bilhão.

Na Flórida são legais os jogos de loterias, as apostas em corridas de cavalos e cachorros em muitos condados e os sete cassinos operados em monopólio pela tribo de índios semínola.

Apenas com isso, Flórida é o quarto estado do país onde mais se joga, apesar de os jogadores serem em sua maioria moradores da própria região.

No entanto, são muitas as partes que se opõem a flexibilizar a legislação, tanto por questões morais como econômicas, já que também há coletivos aos quais não interessa que os benefícios da indústria do lazer e entretenimento na Flórida se diluam.

Assim, mostraram sua oposição desde proprietários de parques temáticos até os semínolas, passando por donos de casas de apostas e de negócios de hotelaria na próxima Miami Beach.

'Mais jogo na Flórida terminará danificando nossa economia, nossas comunidades e nossos contribuintes', argumentou a associação No Casinos (Cassinos Não), que em 2004 já lutou para evitar uma mudança na Constituição americana para permitir as máquinas caça-níqueis na Flórida.

Acompanhe tudo sobre:MiamiPolítica no BrasilProtestosReligião

Mais de Mundo

Netanyahu oferece quase R$ 30 milhões por cada refém libertado que permanece em Gaza

Trump escolhe Howard Lutnick como secretário de Comércio

Ocidente busca escalada, diz Lavrov após 1º ataque com mísseis dos EUA na Rússia

Biden se reúne com Lula e promete financiar expansão de fibra óptica no Brasil