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Grécia vai esperar até novembro para receber mais ajuda

Ministro da Fazenda confirmou que país tem dinheiro para pagar suas contas até lá, mas não sabe se conseguirá cumprir a meta de redução do déficit

A Grécia descartou novas medidas de ajuste fiscal (Aris Messinis/AFP)

A Grécia descartou novas medidas de ajuste fiscal (Aris Messinis/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2011 às 17h00.

Atenas - A Grécia deverá esperar até novembro para receber o outro aporte de ajuda financeira que precisa para manter-se, à espera de que seus sócios europeus decidam sobre segundo pacote de resgate.

O ministro de Finanças grego, Evangelos Venizelos, afirmou nesta terça-feira que a Grécia conta com dinheiro em caixa até meados de novembro para cobrir seus compromissos, mas pode ter dificuldades para honrar com seus novos objetivos de redução do déficit.

"Podemos ter problema para alcançar o objetivo de fechar o déficit em 8,5% de Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Está em nossas mãos, do Estado e dos cidadãos alcançarmos esse objetivo", disse Venizelos em entrevista coletiva em Atenas após uma reunião do eurogrupo na véspera em Luxemburgo.

Com este novo anúncio, Venizelos deixou em suspense o objetivo que o Governo havia fixado há dois dias, no Conselho de Ministros extraordinário onde foi aprovada a minuta do orçamento geral de 2012, no qual foi revisado o déficit para este ano de 7,6% previsto inicialmente para 8,5%.

Depois da decisão da zona do euro de adiar a decisão sobre a liberação do sexto aporte de ajuda dos 8 bilhões de euros, ele declarou que a Grécia não tem problema de liquidez até meados de novembro.

A Bolsa de Valores de Atenas desabou nesta terça-feira e fechou em baixa de 6,28% e com fortes perdas em bancos, de até 10%, colocando o índice local ao nível de 18 anos atrás.

No Conselho de Ministros, realizado após uma semana de negociações com o grupo formado pelo Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia, o Governo anunciou novas medidas de austeridade que deverão reportar 7,110 bilhões de euros.

A Grécia foi obrigada apertar ainda mais o cinto da população, após constatar que há um novo buraco no orçamento estatal de 4,5 bilhões de euros para este ano.

Venizelos descartou outras medidas adicionais de austeridade, mas especificou a importância de aplicá-las.


O desemprego subirá para 16,4% em 2012, segundo a minuta do Orçamento Geral de 2012, devido à contração da economia de provavelmente 5,5% do PIB neste ano e de 2,5% no próximo.

Nesta terça-feira, o sindicato de funcionários públicos ocupou seis ministérios e impediu altos funcionários comparecerem ao trabalho. O grupo protestava pela perda de 40% de seu poder aquisitivo nos últimos dois anos, fruto de cortes nos pagamentos extraordinários, de reduções salariais e de um imposto extraordinário de solidariedade, entre outros ajustes.

Os protestos se dirigem também contra a demissão neste ano de 30 mil cargos dos cerca de 900 mil funcionários que havia antes do início das reformas.

Desde o início da aplicação do programa de ajuste, mais de 170 mil empregos públicos foram eliminados, mediante aposentadorias antecipadas e outras medidas.

O Governo de Atenas acordou com a missão que até 2015 serão cortados outros 150 mil empregos públicos.

Em consequência dos protestos em frente ao Ministério das Finanças, Venizelos não conseguiu chegar nesta terça ao seu escritório e teve de realizar a entrevista em outra sala.

Para esta quarta-feira, os sindicatos majoritários anunciaram uma greve geral de 24 horas, que pode paralisar o tráfego aéreo, as ferrovias, o setor público e a atividade comercial.

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