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Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2014 às 10h15.
Atenas - A oferta surpreendente do primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, de convocar eleições para o ano que vem em troca do voto dos parlamentares para o seu indicado a presidente do país deu nova energia em sua luta contra a esquerda, contrária à austeridade.
No entanto, no momento em que o Parlamento se prepara para um segundo turno da votação nesta terça-feira para eleger o sucessor do presidente Karolos Papoulias, de 85 anos, a decisão ainda parece em aberto, pois apenas alguns poucos independentes prometem apoiar o governo.
Se um novo presidente não for eleito até um terceiro turno, em 29 de dezembro, eleições terão que ocorrer em fevereiro, favorecendo potencialmente o partido Syriza, o principal partido de esquerda, que deseja renegociar o acordo de socorro internacional para a Grécia.
Tal desdobramento pode atingir a zona do euro, que está somente emergindo da sua crise da dívida.
A imprensa grega relatou nesta segunda-feira que o candidato de Samaras, Stavros Dimas, poderia obter 169 votes no segundo turno, 11 a menos do que os 180 necessários numa decisiva terceira rodada de votação. No segundo turno, o número de votos necessários é 200.
"Já há alguns poucos votos adicionais, mas acho que as chances de se eleger um presidente são reduzidas”, afirmou Costas Panagopoulos, de um instituto de pesquisas grego.
Com os mercados financeiros e os parceiros europeus observando de perto, a votação na terça-feira começa ao meio-dia, e o resultado deve sair uma hora depois.
Não se espera que Dimas seja eleito na terça, mas o resultado oferecerá pistas sobre o resultado final. Somente cinco independentes apoiaram Dimas na primeira votação, dando ao governo 160 votos.
Samaras, cujo mandato normal termina em meados de 2016, pediu o apoio do Parlamento neste domingo, prometendo trazer independentes pró-Europa para o governo e chamar eleições para o fim de 2015.
O Syriza e pequenos partidos rejeitaram a oferta.
Syriza tem visto sua vantagem nas pesquisas de opinião em queda nas últimas semanas, mas ainda tem 3,4 por cento de vantagem sobre a coalizão de governo, de acordo um levantamento divulgado no sábado.