Grécia decide nas urnas se rompe com austeridade
Resultado da eleição mexe com a economia global e pode acelerar crise
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2012 às 14h22.
Atenas - Nove milhões de eleitores voltam às urnas hoje na Grécia para decidir entre dois candidatos, empatados nas pesquisas eleitorais. Bem mais do que o comando de um país periférico, a escolha entre Antonis Samaras, da Nova Democracia (ND, direita), e Alexis Tsipras, da Coalizão de Esquerda Radical (Syriza), mexe com a economia global e pode acelerar a espiral de crise que vem colocando em xeque o euro, a moeda única que reúne 17 países.
Um mês e 11 dias depois da primeira eleição ao Parlamento, que resultou em um impasse político sem precedentes no país, a Grécia volta às urnas. Embora quase uma dezena de candidatos esteja na briga, os gregos arbitrarão um duelo para decidir quem vai dirigir o novo governo: se Samaras, que tem o apoio dos investidores externos e de líderes europeus, ou Tsipras, o homem que contesta as políticas de austeridade.
Todas as atenções se voltam para o programa radical do líder de esquerda. Isso porque seu programa se baseia em medidas que assustam a Europa: declarar nulo - ou pelo menos renegociar - o último programa de socorro de 130 bilhões, concedido pela União Europeia, pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI); acabar com as demissões no setor público; anular a medida que reduziu o salário mínimo de 700 para 480; restabelecer os direitos trabalhistas extintos com as medidas de austeridade; e anular as dívidas de famílias em risco de falência.
Nos últimos dois meses, líderes europeus como Angela Merkel, chanceler da Alemanha, e o presidente da França, François Hollande, advertiram que, caso essas decisões sejam adotadas, a Grécia pode ser expulsa da zona do euro. Essa perspectiva apavora os mercados na Europa, porque geraria um calote de pagamentos histórico, superior a 200 bilhões, e arrasaria o sistema financeiro do país. Assim, contagiaria bancos de todo o bloco, em especial de França e Alemanha, que juntos têm 57,8 bilhões em títulos da dívida grega.
O eventual rompimento do acordo colocaria a União Europeia frente à decisão de manter ou desligar os aparelhos que unem a Grécia à zona do euro. Líderes de países como Alemanha, Holanda e Áustria já defenderam essa solução. O problema é que ninguém sabe o custo dessa iniciativa, que alguns analistas de mercado estimam em mais de 1 trilhão - ou quatro vezes o valor total da dívida grega.
Tsipras aposta que a Europa não vai cumprir a promessa por medo do contágio da crise por países como Portugal e Espanha. "Não apostem que a Grécia deixará a zona do euro. Vocês vão perder", disse ele, em discurso no qual se dirigiu aos investidores internacionais, na quinta-feira. Na sexta, Samaras, seu adversário, advertiu para o pior: "É a escolha entre o euro e o pesadelo do dracma. É a nossa existência como nação que está em jogo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Atenas - Nove milhões de eleitores voltam às urnas hoje na Grécia para decidir entre dois candidatos, empatados nas pesquisas eleitorais. Bem mais do que o comando de um país periférico, a escolha entre Antonis Samaras, da Nova Democracia (ND, direita), e Alexis Tsipras, da Coalizão de Esquerda Radical (Syriza), mexe com a economia global e pode acelerar a espiral de crise que vem colocando em xeque o euro, a moeda única que reúne 17 países.
Um mês e 11 dias depois da primeira eleição ao Parlamento, que resultou em um impasse político sem precedentes no país, a Grécia volta às urnas. Embora quase uma dezena de candidatos esteja na briga, os gregos arbitrarão um duelo para decidir quem vai dirigir o novo governo: se Samaras, que tem o apoio dos investidores externos e de líderes europeus, ou Tsipras, o homem que contesta as políticas de austeridade.
Todas as atenções se voltam para o programa radical do líder de esquerda. Isso porque seu programa se baseia em medidas que assustam a Europa: declarar nulo - ou pelo menos renegociar - o último programa de socorro de 130 bilhões, concedido pela União Europeia, pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI); acabar com as demissões no setor público; anular a medida que reduziu o salário mínimo de 700 para 480; restabelecer os direitos trabalhistas extintos com as medidas de austeridade; e anular as dívidas de famílias em risco de falência.
Nos últimos dois meses, líderes europeus como Angela Merkel, chanceler da Alemanha, e o presidente da França, François Hollande, advertiram que, caso essas decisões sejam adotadas, a Grécia pode ser expulsa da zona do euro. Essa perspectiva apavora os mercados na Europa, porque geraria um calote de pagamentos histórico, superior a 200 bilhões, e arrasaria o sistema financeiro do país. Assim, contagiaria bancos de todo o bloco, em especial de França e Alemanha, que juntos têm 57,8 bilhões em títulos da dívida grega.
O eventual rompimento do acordo colocaria a União Europeia frente à decisão de manter ou desligar os aparelhos que unem a Grécia à zona do euro. Líderes de países como Alemanha, Holanda e Áustria já defenderam essa solução. O problema é que ninguém sabe o custo dessa iniciativa, que alguns analistas de mercado estimam em mais de 1 trilhão - ou quatro vezes o valor total da dívida grega.
Tsipras aposta que a Europa não vai cumprir a promessa por medo do contágio da crise por países como Portugal e Espanha. "Não apostem que a Grécia deixará a zona do euro. Vocês vão perder", disse ele, em discurso no qual se dirigiu aos investidores internacionais, na quinta-feira. Na sexta, Samaras, seu adversário, advertiu para o pior: "É a escolha entre o euro e o pesadelo do dracma. É a nossa existência como nação que está em jogo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.