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Governo italiano completa 1ª semana no poder

O discurso que Letta levou à Europa nestes primeiros dias foi o da necessidade de pôr o problema do desemprego no centro do debate comunitário


	Impostos e desemprego são a prioridade do novo primeiro-ministro italiano
 (REUTERS/Alessandro Bianchi)

Impostos e desemprego são a prioridade do novo primeiro-ministro italiano (REUTERS/Alessandro Bianchi)

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Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2013 às 12h58.

Roma - O governo italiano de coalizão, presidido por Enrico Letta, completa neste domingo sua primeira semana no poder, tempo que usou para colocar suas prioridades: o congelamento e, em alguns casos, a redução de impostos, além da diminuição da taxa de desemprego, atualmente em 11,5%.

O tempo transcorrido desde a posse, ocorrida no domingo passado e marcada pelo tiroteio em frente à sede da Presidência do Governo, serviu ao Executivo para ajustar suas engrenagens com a ideia de abordar o mais rápido possível as urgências do país, convencido, segundo Letta, de que tempo demais já foi perdido.

As prioridades apresentadas pelo dirigente do Partido Democrata (PD) para suas primeiras semanas de governo passam pela Europa, e isso ficou claro desde o princípio, com uma série de encontros com líderes europeus que amanhã levarão o primeiro-ministro da Itália a se reunir em Madri com o presidente do Executivo espanhol, Mariano Rajoy.

A sintonia entre Letta, proveniente da Democracia Cristã, e Rajoy, que tinha uma relação próxima com o primeiro-ministro italiano anterior, Mario Monti, será a chave para que, não só a Espanha, mas também a Itália consiga avanços na União Europeia (UE) em assuntos de consenso como a união bancária ou medidas em prol do crescimento econômico.

Segundo deixou claro em seu discurso de posse, Letta quer 'mais Europa', com uma maior união política como um dos principais eixos para seu governo, e disso depende em boa parte a obtenção de outro objetivo primordial: a criação de postos de trabalho através do crescimento e da prosperidade comunitária.

Esta mensagem foi repetida insistentemente durante as 36 horas de viagem pela Europa que Letta fez após a posse parlamentar de seu governo, para apresentar suas credenciais à chanceler alemã, Angela Merkel, ao presidente da França, François Hollande, e aos líderes do Conselho e da Comissão Europeia, Herman Van Rompuy e José Manuel Durão Barroso.

O discurso que Letta levou à Europa nestes primeiros dias foi o da necessidade de pôr o problema do desemprego, sobretudo entre os jovens, no centro do debate comunitário, começando pela cúpula da UE de junho, mas ele lembrou que as medidas de estímulo não devem pôr em risco o saneamento orçamentário.

O novo primeiro-ministro da Itália se mostrava muito consciente de que em sua primeira semana no cargo a Comissão Europeia anunciaria novas previsões econômicas e que a Itália deve se comprometer a manter os 2,9% de déficit público para 2013, visando sair da 'lista negra' de países que não cumprem o pacto de estabilidade.

Com uma queda do PIB de 2,4% em 2012 e uma prevista por Bruxelas de 1,3% para 2013, a Itália deve fazer frente, em seguida, à falta de crescimento econômico, e para isso o novo governo italiano, sobretudo com a insistência do partido do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, se dispõe a reconsiderar algumas das medidas impositivas aprovadas por Monti.

Sobre a mesa do governo está o congelamento do pagamento do imposto sobre o primeiro imóvel, em junho, e a anulação do aumento de um ponto percentual do IVA (imposto sobre valor agregado), para 22%, previsto para julho, para não afundar ainda mais o consumo interno.

A saída do país de essa 'lista negra' de devedores e a nova fase aberta na Europa, onde parece que alguns países tiram o pé do acelerador em relação às medidas de austeridade, permitiriam a Roma destinar 12 bilhões de euros ao crescimento e à criação de empregos sem comprometer seus compromissos orçamentários.

Desta forma, Letta poderia já começar a trabalhar sobre as principais e mais urgentes linhas de ação nas quais está de acordo com seus principais aliados no governo, ou seja, diminuir a carga tributária, sobretudo no mercado de trabalho, e desinchar a administração pública para fortalecer a economia. EFE

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