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Governo e Farc começam programa para substituir cultivos ilícitos

O programa terá orçamento inicial de 1 trilhão de pesos (R$ 1.071.578.000) que procederá totalmente do orçamento nacional

Acordo: as Farc terão a responsabilidade de acompanhar e promover de maneira direta a chegada do programa aos territórios mais afetados (John Vizcaino / Reuters)

Acordo: as Farc terão a responsabilidade de acompanhar e promover de maneira direta a chegada do programa aos territórios mais afetados (John Vizcaino / Reuters)

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EFE

Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 16h39.

Bogotá - O governo colombiano e as Farc anunciaram nesta sexta-feira que iniciaram um programa para substituir, aproximadamente, 50 mil hectares de cultivos ilícitos durante o primeiro ano de sua implementação, e que em um primeiro momento será desenvolvido em 40 municípios do país.

O programa terá orçamento inicial de 1 trilhão de pesos (R$ 1.071.578.000) que procederá totalmente do orçamento nacional, segundo explicou em entrevista coletiva o alto conselheiro para o pós-conflicto, Rafael Pardo, que detalhou que espera que exista colaboração internacional.

O quarto ponto do acordo de paz assinado pelo governo colombiano e pelas Farc, em 24 de novembro, em Bogotá, trata de um pacto para a eliminação dos cultivos ilícitos no país, que permitirá às comunidades participar ativamente da construção e do desenvolvimento dos projetos produtivos para a substituição.

As Farc terão a responsabilidade de acompanhar e promover de maneira direta a chegada do programa aos territórios mais afetados, a fim de socializar e garantir seu compromisso com a solução definitiva ao problema das drogas ilícitas.

O plano não atenderá quem plantou depois de 10 de julho de 2016, quando começou o esforço conjunto de substituição voluntária de cultivos entre o governo Nacional e as Farc no município de Briceño, no departamento de Antioquia (noroeste).

Neste sentido, Pardo comentou que, inicialmente, o programa terá seu foco nesses 40 municípios que "produzem 50% da coca do país".

O compromisso dos camponeses com a substituição voluntária tem como essência o abandono de forma imediata dos cultivos de uso ilícito e de qualquer outra atividade relacionada a eles.

As famílias que formalizarem compromisso com a substituição voluntária terão lucro durante o primeiro ano.

Cada uma receberá 1 milhão de pesos (R$ 1.071) por mês e a preparação de terras para sementes legais ou trabalho em obras públicas de interesse comunitário.

Além disso, receberão 1.800.000 pesos (R$ 1.935) para a implementação de projetos autossustentáveis e segurança alimentar.

Por fim, elas receberão 9 milhões de pesos (R$ 9.453) de uma só vez, para adequação e execução de projetos de ciclo curto e renda rápida como piscicultura e avicultura, entre outros.

Para o membro do secretariado das Farc Félix Antonio Muñoz, conhecido como "Pastor Alape", "o espírito" do projeto é que os camponeses se envolvam na substituição dos cultivos.

"(Este plano) desperta a esperança de construir um novo país", disse "Alape".

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