Mundo

Governo e empresários assinam acordo para resolver escassez de combustíveis e dólares na Bolívia

O governo e os empresários privados se comprometeram a acompanhar as negociações no Congresso e com entidades internacionais para injetar divisas na economia

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 17 de agosto de 2024 às 13h40.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, seu gabinete econômico e líderes dos setores privados assinaram na sexta-feira (16) um acordo com o objetivo de resolver a escassez de dólares e combustíveis no país por meio de créditos internacionais.

"O financiamento externo é importante para introduzir divisas na economia nacional e, por isso, é necessária a aprovação (no Parlamento) dos créditos pendentes", disse à imprensa o ministro da Economia, Marcelo Montenegro.

O governo e os empresários privados se comprometeram a acompanhar as negociações no Congresso e com entidades internacionais para injetar divisas na economia.

A oposição de centro e de direita, assim como os legisladores aliados ao ex-presidente Evo Morales (2006-2019), têm impedido a aprovação parlamentar dos empréstimos desde o ano passado.

Morales está em conflito com Arce devido à disputa sobre a candidatura presidencial pelo governo para as eleições de 2025, embora apenas o ex-mandatário tenha antecipado sua candidatura.

O governo afirma que estão congelados no Congresso 11 créditos internacionais no valor de pouco mais de um bilhão de dólares (R$ 5,7 bilhões na cotação atual) para diversas obras no país.

Montenegro acrescentou que o Poder Executivo e os empresários veem a necessidade de que se busquem "novos financiamentos externos junto a organismos internacionais que permitam a chegada de divisas à nossa economia".

Em relação à escassez de combustíveis, o governo se comprometeu a facilitar os trâmites para que os empresários possam realizar importações diretas.

Situação crítica

O presidente da Confederação de Empresários Privados da Bolívia (CEPB), Giovanni Ortuño, afirmou que "a Bolívia vive uma situação crítica em sua economia e que, se não forem tomadas medidas urgentes e eficazes, pode se agravar e se tornar insustentável".

A escassez de gasolina e diesel é recorrente a cada dois ou três meses na Bolívia.

Desde o ano passado, o país relata uma diminuição na entrada de divisas, devido à redução nas vendas de gás, sua principal fonte de renda até 2020.

O governo do presidente de esquerda Luis Arce teve que recorrer às reservas internacionais para subsidiar o preço dos combustíveis importados.

A Bolívia compra o litro de gasolina dos países vizinhos a 0,86 dólares (R$ 4,70) e revende no mercado local a 0,53 dólares (R$ 2,90).

Acompanhe tudo sobre:BolíviaAmérica Latina

Mais de Mundo

Após ser atingido por ciclones e terremotos em um mês, Cuba recebe ajuda internacional

Bruxelas diz que negociação com Mercosul está progredindo, mas não dá prazo para conclusão

EUA criticam mandados de prisão da Corte de Haia contra Netanyahu e ex-ministro

Em autobiografia, Angela Merkel descreve Trump como alguém 'fascinado' por autocratas