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Governo deve reforçar articulação política, diz analista

Entrada de Gleisi Hoffmann no cargo de ministra-chefe da Casa Civil forçará o governo Dilma a reforçar sua influência política, segundo cientista político

Queda de Palocci e ascensão de Gleisi arranhou a imagem de eficiência de Dilma (Agência Senado)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2011 às 12h12.

São Paulo - A substituição de Antonio Palocci pela senadora Gleisi Hoffmann na chefia da Casa Civil não encerra a relação conflituosa que o governo Dilma Rousseff tem com sua base política no Congresso Nacional. Para o cientista político Fábio Wanderley, o governo precisa agora, após a crise envolvendo Palocci, dedicar mais atenção à articulação política. E, a seu ver, não adianta esperar que a nova ministra seja a salvação do trato político, mesmo que ela tenha bom trânsito dentro do PT e do Congresso.

"Se é para a Gleisi ser a 'Dilma da Dilma', a articulação certamente fica devendo, a menos que ela surpreenda", afirmou. Para Wanderley, é precária a análise de que a presidente vai entrar nas negociações com os parlamentares. "Há um problema complicado nas relações com o PMDB e o Congresso que precisa ser resolvido", disse.

Wanderley defende "mudanças drásticas" no quadro ministerial para fortalecer a articulação política. E o principal alvo do momento seria o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, que não conseguiu se fortalecer nessa função. "É preciso aproveitar o embalo e fazer mudanças", afirmou o cientista político. Para ele, a dificuldade na articulação política pode ter consequências para a imagem de "gestora" da presidente Dilma. "A imagem positiva da Dilma, de autonomia e eficiência, ficou arranhada em parte pela dificuldade na articulação política, papel que o Palocci tinha e se revelou desastrado."

Wanderley acredita que, caso Luiz Sérgio seja tirado do cargo, o substituto sairá dos quadros do PT. Mas, de acordo com ele, o articulador poderia ser um peemedebista, tendo em vista a tensa relação entre os dois maiores partidos da base governista, PT e PMDB. "A presunção de que o substituto de Luiz Sérgio tem de ser do PT é parte do problema, e não da solução. O problema é que um peemedebista na função significaria sacrificar mais uma parcela de autonomia da presidente Dilma", disse.

Futuro político

A segunda queda de Palocci na Esplanada dos Ministérios - a primeira ocorreu em 2006, após denúncia de que ele havia ordenado a violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa - deve encerrar qualquer pretensão política do petista. "O Palocci acabou. Ficaria surpreso em vê-lo ressuscitar politicamente", disse Wanderley. "Palocci jogou fora o capital político que ele conseguiu no Ministério da Fazenda, caracterizado por tocar as coisas com moderação e acalmar o mercado."

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"Se é para a Gleisi ser a 'Dilma da Dilma', a articulação certamente fica devendo, a menos que ela surpreenda", afirmou. Para Wanderley, é precária a análise de que a presidente vai entrar nas negociações com os parlamentares. "Há um problema complicado nas relações com o PMDB e o Congresso que precisa ser resolvido", disse.

Wanderley defende "mudanças drásticas" no quadro ministerial para fortalecer a articulação política. E o principal alvo do momento seria o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, que não conseguiu se fortalecer nessa função. "É preciso aproveitar o embalo e fazer mudanças", afirmou o cientista político. Para ele, a dificuldade na articulação política pode ter consequências para a imagem de "gestora" da presidente Dilma. "A imagem positiva da Dilma, de autonomia e eficiência, ficou arranhada em parte pela dificuldade na articulação política, papel que o Palocci tinha e se revelou desastrado."

Wanderley acredita que, caso Luiz Sérgio seja tirado do cargo, o substituto sairá dos quadros do PT. Mas, de acordo com ele, o articulador poderia ser um peemedebista, tendo em vista a tensa relação entre os dois maiores partidos da base governista, PT e PMDB. "A presunção de que o substituto de Luiz Sérgio tem de ser do PT é parte do problema, e não da solução. O problema é que um peemedebista na função significaria sacrificar mais uma parcela de autonomia da presidente Dilma", disse.

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