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Governo da Flórida dá conselhos para viver com jacarés

Na primavera, a presença dos jacarés em lojas e residências é tão grande que o governo precisou aconselhar a população de como lidar com os animais

Jacarés: "Nunca alimente os jacarés", diz a nota divulgada por entidade pública da Flórida (Wikimedia Commons/Reprodução)

Jacarés: "Nunca alimente os jacarés", diz a nota divulgada por entidade pública da Flórida (Wikimedia Commons/Reprodução)

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EFE

Publicado em 16 de abril de 2017 às 10h27.

Miami - A Flórida é a terra dos jacarés e, na primavera, se nota ainda mais, tanto que as autoridades deram sábios conselhos sobre como coexistir com animais que, a julgar pelo que publicam os jornais locais, estão por todas partes.

"Répteis espreitam: megajacaré é encontrado em popular loja de móveis" é a manchete de uma das muitas notícias recentes com um destes répteis como protagonistas, cada vez mais comum na imprensa da Flórida e sempre acompanhadas de vídeos ou fotos.

O que foi achado em Miami no dia 30 de março entre poltronas em oferta e mesas de sala de jantar media entre 1,2 e 1,5 metro, e foi devolvido a um lago próximo do local por policiais que o levaram com uma corrente presa ao pescoço como se fosse um cão, segundo as fotos publicadas nesse dia.

Na mesma época, um homem encontrou outro jacaré, ainda maior que o da loja de móveis, na garagem de sua casa quando foi tirar algumas caixas.

No início, pensou que alguém tentou lhe pregar uma peça e que era um brinquedo inflável, mas ao escutar seu sibilo não teve dúvidas e ligou para o telefone de emergências para que o tirassem de sua casa.

"A conservação do jacaré americano é uma história de sucesso. A Flórida tem uma população de jacarés saudável e estável que se calcula em 1,3 milhão de animais de todos os tamanhos. São uma parte importante do ecossistema, mas devem ser tratados com cuidado e respeito", destacou a Comissão de Conservação da Fauna e da Pesca (FWC) na publicação "Conselhos para viver com jacarés".

No texto publicado nesta semana por essa entidade pública, por ocasião da chegada da primavera, quando esses répteis se mostram "mais ativos", o conselho mais enfático é "nunca alimentar os jacarés".

"É perigoso e ilegal", destacou a FWC, que também recomenda não se banhar em águas que não estejam especificamente habilitadas para isso, manter-se sempre à distância quando encontrar um jacaré e levar os animais de estimação sempre na coleira.

O jacaré de mais de três metros que foi achado no final de março preso com uma corda a uma árvore da cidade de Kendall, limítrofe com Miami, não foi alimentado, mas maltratado.

O réptil, que foi resgatado por agentes da FWC, tinha a boca fechada com fita adesiva, motivo pelo qual apresentava feridas, e foi levado a um centro de reabilitação.

Até agora as autoridades não encontraram os autores do delito, já que caçar ou capturar jacarés é uma atividade ilegal na Flórida.

Talvez por isso e porque o "boom" da construção no estado está reduzindo o habitat destes animais, os avistamentos são cada vez mais frequente e as notícias e os vídeos que têm esses répteis como protagonistas ocupam um grande espaço na mídia da Flórida.

O vídeo do ataque a coices de um cavalo selvagem em um jacaré registrado com as câmeras de seus telefones por vários excursionistas perto de Gainesville, no norte de Flórida, é um dos mais vistos nos últimos dias, junto com o de uma fêmea de jacaré que cruza com seus 16 filhotes um campo de golfe em Rotanda West.

Embora recomende sempre tomar precauções, a Comissão de Conservação da Fauna e da Pesca destaca que "os incidentes com jacarés são raros".

O mais trágico dos acontecimentos recentes aconteceu em junho do ano passado em um complexo hoteleiro da Disney em Orlando e custou a vida de um menino de apenas dois anos, cujos pais não puderam libertá-lo das presas de um jacaré que o capturou em questão de segundos às margens de um lago.

Com exceção de um período de dois meses e meio por ano no qual se suspende a proibição para caçadores com uma licença especial, não se pode matar jacarés soltos na Flórida.

Em 2016, 13 mil caçadores se inscreveram e, deles, 6.000 obtiveram permissão para matar um máximo de dois espécimes. O programa de caça foi estabelecido em 1988, como meio de controlar a população de jacarés na Flórida.

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