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Governo Biden avalia novas restrições contra a China na venda de chips, diz Bloomberg

Algumas empresas fizeram lobby para evitar uma sanção mais dura, pois isso os colocaria em desvantagem contra rivais estrangeiros

Disputa tecnológica entre Washington e Pequim no campo dos chips envolve IA e parceiros comerciais

Disputa tecnológica entre Washington e Pequim no campo dos chips envolve IA e parceiros comerciais

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 28 de novembro de 2024 às 06h45.

O governo Biden está avaliando novas restrições na venda de semicondutores e chips de memória de IA para a China, o que aumentaria a pressão de Washington às ambições tecnológicas de Pequim.

De acordo com a Bloomberg, as novas medidas podem ser reveladas já na próxima semana. A possível ação segue após meses de deliberações de autoridades dos EUA, negociações com aliados no Japão e na Holanda e intenso lobby de fabricantes de chips americanos que alertaram que medidas mais duras trariam danos aos seus negócios.

A proposta mais recente tem diferenças importantes em relação aos rascunhos anteriores. A primeira é quais empresas chinesas os EUA adicionariam a uma lista de restrições comerciais. A Casa Branca já havia considerado punir seis fornecedores da Huawei, a gigante das telecomunicações no centro da indústria de tecnologia da China. As autoridades avaliaram incluir pelo menos seis a mais. Mas agora planejam adicionar apenas alguns desses fornecedores da Huawei à lista.

As ações de chips japonesas subiram com a notícia. A Tokyo Electron Ltd. subiu até 10%, reduzindo as perdas no início do pregão. A Screen Holdings Co. também ganhou cerca de 10% e a Kokusai Electric Corp disparou 23%.

Vitória do lobby

Essa é uma vitória parcial para os fabricantes americanos de equipamentos para chips — Lam Research, Applied Materials e KLA — que argumentaram durante meses contra as restrições unilaterais dos EUA às principais empresas chinesas, incluindo os seis fornecedores da Huawei. Eles alegaram que tais sanções os colocariam em uma desvantagem em comparação com os rivais estrangeiros Tokyo Electron e a gigante holandesa de equipamentos ASML Holding NV, cujos governos ainda não concordaram com sanções mais duras contra a China.

Não está claro se Japão ou Holanda irão impor restrições adicionais às empresas chinesas que os EUA agora planejam restringir o acesso à tecnologia.

A versão mais recente dessa política restritiva também incluiria algumas normas sobre chips que lidam com armazenamento de dados e são essenciais para a inteligência artificial. A Samsung e a SK Hynix, juntamente com a fabricante americana de memória Micron Technology, devem ser afetadas pelas novas medidas.

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