Mundo

Argentina vai ter grande festa por 10 anos de kirchnerismo

A presidência argentina começou a transmitir mensagens na TV convidando o povo para a comemoração, cujo epicentro será a emblemática Praça de Maio


	Cristina Kirchner: representante do governo pediu aos argentinos o 'apoio' que ela "precisa para continuar transformando a Argentina"
 (AFP)

Cristina Kirchner: representante do governo pediu aos argentinos o 'apoio' que ela "precisa para continuar transformando a Argentina" (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2013 às 16h01.

Buenos Aires - O governo argentino começou neste domingo a convocar formalmente uma grande festa em Buenos Aires para o próximo sábado, quando se completa dez anos de kirchnerismo, cuja aceitação popular será posta à toda prova novamente nas eleições legislativas de outubro.

A presidência argentina começou a transmitir mensagens na TV convidando o povo para a comemoração, cujo epicentro será a emblemática Praça de Maio, em frente à sede do governo e a mesma que em 25 de maio de 2003 foi testemunha do início da gestão de Néstor Kircnher, que chegou ao poder com apenas 22% dos votos e um país em quebra econômica e social após a crise de 2001-2002.

No principal passeio público da capital já se montava desde a sexta-feira um gigantesco palco, onde, sob o tema 'a década ganha', no próximo sábado haverá shows e espetáculos de luzes e sons.

'A pé, de caminhão ou ônibus temos que fazer com que a Praça de Maio exploda de alegria, a alegria do povo argentino', disse há poucos dias o secretário-geral da presidência, Oscar Parrilli.

Embora o governo não tenha revelado ainda detalhes de como será o programa do festejo, Parrilli pediu que haja uma 'grande mobilização de todos os argentinos que estão comprometidos' com o 'modelo' kirchnerista e que não querem que se perca 'o que foi conseguido nestes 10 anos'.

Em declarações divulgadas pelo governo, Parrilli pediu aos argentinos o 'apoio' que a presidente Cristina Kirchner, esposa e sucessora do falecido Néstor Kirchner, 'precisa para continuar transformando a Argentina'.

O festejo coincidirá com um novo aniversário da Revolução de Maio, fato histórico que em 1810 marcou o iniciou do processo que culminou com a declaração da independência, em 1816.

Cristina assistirá ao tradicional Te Deum, que neste ano será realizado na basílica de Luján (a 70 quilômetros de Buenos Aires), em um gesto que confirma uma nova etapa da relação do governo com a Igreja Católica após a eleição do papa Francisco, depois de anos de frias relações.

A comemoração na Praça de Maio será a primeira grande concentração pública após os grandes protestos contra o governo contra o ocorridos em todo o país no dia 18 de abril.


Os protestos nas ruas eram contra polêmicas medidas do Executivo, como as restrições cambiais e a reforma judicial, e contra suspeitas de supostos atos de corrupção em círculos próximos ao poder, entre outros fatores.

Cristina, de 60 anos, foi reeleita em outubro de 2011 para outro período de quatro anos com 54% dos votos e uma imagem positiva que era de 63,3%, segundo a agência Management & Fit.

Mas, segundo as últimas medições realizadas por esta empresa de consultoria privada, em abril deste ano o nível de desaprovação da gestão da governante chegava a 59,6%.

O analista Patrício Giusto, da empresa de consultoria Diagnóstico Político, disse à Agência Efe que o pleito legislativo de outubro será essencial pois vai marcar não só 'as armas da oposição' visando as eleições presidenciais de 2015 como também o futuro do governo, que, segundo os resultados, determinará se o projeto de 're-reeleição' de Cristina continuará em vigor ou não.

Embora a presidente não tenha se pronunciado explicitamente sobre o assunto, dirigentes governistas expressaram seu desejo de que ela concorra em 2015 a um terceiro mandato, o que exigiria uma reforma da Constituição, uma mudança que precisa do aval de maiorias especiais em um Parlamento que mudará parte de sua composição no final deste ano. EFE

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaBuenos AiresCristina KirchnerMetrópoles globaisPolíticos

Mais de Mundo

Biden assina projeto de extensão orçamentária para evitar paralisação do governo

Com queda de Assad na Síria, Turquia e Israel redefinem jogo de poder no Oriente Médio

MH370: o que se sabe sobre avião desaparecido há 10 anos; Malásia decidiu retomar buscas

Papa celebrará Angelus online e não da janela do Palácio Apostólico por resfriado