Governo argentino analisa reduzir maioridade penal para 14 anos
Durante os próximos meses, o ministro da Justiça argentino, Germán Garavano, promoverá o debate para reformar as leis atualmente vigentes
EFE
Publicado em 4 de janeiro de 2017 às 14h41.
Buenos Aires - O governo da Argentina está estudando reduzir a maioridade penal de 16 para 14 anos, dentro de uma reforma do regime penal juvenil, informaram nesta quarta-feira à Agência Efe fontes oficiais.
Durante os próximos meses, o ministro da Justiça argentino, Germán Garavano, promoverá o debate para reformar as leis atualmente vigentes, com a redução da maioridade penal como um dos temas a serem discutidos, tanto com especialistas, como em nível político, segundo detalharam à Efe fontes do Ministério da Justiça argentino.
"Nós já começamos a trabalhar durante o ano passado junto com o Unicef, especialistas e juízes de todo o país em uma abordagem do regime penal juvenil. É uma lei elaborada na ditadura que devemos modificar, uma lei basicamente paternalista", argumentou hoje Garavano em declarações à emissora pública "Radio Nacional".
De acordo com o ministro, o objetivo é analisar "como o Estado pode dar respostas antecipadas", sem esperar que os jovens cometam "crimes graves ou muito graves", para fazer um uso mais "inteligente" dos recursos, colocando o foco na "prevenção".
"Perdemos o universo inicial de como (os jovens) vão entrando lentamente no crime. Não é o jovem que entra para o crime e mata alguém ou comete um roubo com armas, mas, infelizmente, isso faz parte de todo um processo de degradação e de abandono por parte da família, por parte do Estado", disse Garavano.
Na Argentina, "o salto maior, estatisticamente, é aos 15 anos", explicou o ministro, motivo pelo qual a idade exata de imputabilidade deve ser "um dos temas de discussão" nos próximos meses.
A incidência das drogas e o narcotráfico na criminalidade juvenil, e as possibilidades de reinserção laboral e escolar também entrarão no debate sobre a reforma do regime penal para os menores de idade.
O tratamento em nível legislativo, no entanto, não aconteceria antes 2018, de acordo às previsões de Garavano.
"Estamos abertos para construir consensos", comentou o ministro.