Prisão do gerente do FMI choca a França
Polêmica despertou reações de choque na França. Partido Socialista afirma que não pretende retirar a candidatura de Dominique Strauss-Kahn à presidência do país
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2011 às 14h00.
Nova York/Paris - Dominique Strauss-Kahn passou sua terceira noite na cadeia em Nova York, despertando reações de choque na França diante do fato de que foi recusada fiança ao diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) por acusações de tentativa de estupro que podem aniquilar suas esperanças na corrida presidencial francesa.
Seus aliados no Partido Socialista, alguns disputando posições antes das primárias, que até então se acreditava prestes a conceder a candidatura a Strauss-Kahn, preparavam-se para uma reunião de emergência, mas disseram que não irão mudar o cronograma da escolha.
Políticos e comentaristas franceses reagiram com surpresa e raiva à decisão do juiz nova-iorquino de deter Strauss-Kahn, outrora a maior ameaça ao presidente conservador Nicolas Sarkozy na eleição marcada para abril de 2012. Sua exibição diante da mídia internacional algemado, desalinhado e barbudo foi particularmente contundente.
"Ele é um homem corajoso ao qual foi infligido um destino cruel", disse o ex-ministro da cultura socialista Jack Lang à rádio Europe 1, denunciando um "linchamento".
"Não é impensável que certas autoridades judiciais, o promotor em especial ou o juiz, sejam motivados pelo desejo de abater um francês, e um francês que além de tudo é bastante conhecido." Strauss-Kahn nega a acusação de que agrediu sexualmente uma camareira em um hotel de Manhattan no sábado e diz ter um álibi. Ele deve comparecer ao tribunal no dia 20 de maio.
A prisão de Strauss-Kahn escancarou a corrida pela presidência, reforçando as chances de reeleição de Sarkozy, e levou o caos ao FMI no momento em que o organismo desempenha um papel-chave no socorro a países endividados da zona do euro, como Grécia e Portugal.
Já se começou a especular quem pode assumir o financiador global e, especialmente, se o oeste da Europa, que mantém o posto desde sua criação após a Segunda Guerra Mundial, pode continuar com a vaga diante dos desafios crescentes das potências econômicas emergentes da Ásia.
O Ministério das Relações Exteriores da China fez sentir seu peso na terça-feira, recusando-se a comentar sobre Strauss-Kahn mas dizendo que o processo seletivo para os líderes do FMI deveria se basear em "justiça, transparência e mérito".
Embora se esperasse que Strauss-Kahn renunciasse em breve para concorrer no pleito francês, os esforços europeus para manter o influente cargo ainda não dão muitos sinais de consenso.
Uma escolha possível, o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown, provavelmente enfrentaria a oposição de seu próprio sucessor no governo, e muitos se questionam se outra candidata qualificada, a ministra francesa das Finanças Christine Lagarde, poderia vencer a relutância de se dar a vaga a Paris mais uma vez.
Um jornal de Berlim aventou os nomes de Josef Ackermann, executivo-chefe do banco alemão privado Deutsche Bank, e de Thomas Mirow, político alemão que chefia o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento, um órgão estatal.
Nova York/Paris - Dominique Strauss-Kahn passou sua terceira noite na cadeia em Nova York, despertando reações de choque na França diante do fato de que foi recusada fiança ao diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) por acusações de tentativa de estupro que podem aniquilar suas esperanças na corrida presidencial francesa.
Seus aliados no Partido Socialista, alguns disputando posições antes das primárias, que até então se acreditava prestes a conceder a candidatura a Strauss-Kahn, preparavam-se para uma reunião de emergência, mas disseram que não irão mudar o cronograma da escolha.
Políticos e comentaristas franceses reagiram com surpresa e raiva à decisão do juiz nova-iorquino de deter Strauss-Kahn, outrora a maior ameaça ao presidente conservador Nicolas Sarkozy na eleição marcada para abril de 2012. Sua exibição diante da mídia internacional algemado, desalinhado e barbudo foi particularmente contundente.
"Ele é um homem corajoso ao qual foi infligido um destino cruel", disse o ex-ministro da cultura socialista Jack Lang à rádio Europe 1, denunciando um "linchamento".
"Não é impensável que certas autoridades judiciais, o promotor em especial ou o juiz, sejam motivados pelo desejo de abater um francês, e um francês que além de tudo é bastante conhecido." Strauss-Kahn nega a acusação de que agrediu sexualmente uma camareira em um hotel de Manhattan no sábado e diz ter um álibi. Ele deve comparecer ao tribunal no dia 20 de maio.
A prisão de Strauss-Kahn escancarou a corrida pela presidência, reforçando as chances de reeleição de Sarkozy, e levou o caos ao FMI no momento em que o organismo desempenha um papel-chave no socorro a países endividados da zona do euro, como Grécia e Portugal.
Já se começou a especular quem pode assumir o financiador global e, especialmente, se o oeste da Europa, que mantém o posto desde sua criação após a Segunda Guerra Mundial, pode continuar com a vaga diante dos desafios crescentes das potências econômicas emergentes da Ásia.
O Ministério das Relações Exteriores da China fez sentir seu peso na terça-feira, recusando-se a comentar sobre Strauss-Kahn mas dizendo que o processo seletivo para os líderes do FMI deveria se basear em "justiça, transparência e mérito".
Embora se esperasse que Strauss-Kahn renunciasse em breve para concorrer no pleito francês, os esforços europeus para manter o influente cargo ainda não dão muitos sinais de consenso.
Uma escolha possível, o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown, provavelmente enfrentaria a oposição de seu próprio sucessor no governo, e muitos se questionam se outra candidata qualificada, a ministra francesa das Finanças Christine Lagarde, poderia vencer a relutância de se dar a vaga a Paris mais uma vez.
Um jornal de Berlim aventou os nomes de Josef Ackermann, executivo-chefe do banco alemão privado Deutsche Bank, e de Thomas Mirow, político alemão que chefia o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento, um órgão estatal.