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Futuro de presidente sírio divide participantes de reunião

A reunião realizada em Viena sobre a crise síria estagnou em muitos pontos, principalmente sobre o destino do presidente Bashar al-Assad


	O presidente sírio Bashar al-Assad: Estados Unidos anunciaram o envio de um pequeno contingente de soldados de elite para a Síria
 (AFP)

O presidente sírio Bashar al-Assad: Estados Unidos anunciaram o envio de um pequeno contingente de soldados de elite para a Síria (AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2015 às 20h35.

A reunião realizada nesta sexta-feira em Viena sobre a crise síria estagnou em muitos pontos, principalmente sobre o destino do presidente Bashar al-Assad, mas um processo foi iniciado, num momento em que os Estados Unidos anunciaram o envio dos primeiros soldados americanos no terreno.

Enquanto os principais atores diplomáticos discutiam a questão síria, incluindo pela primeira vez o Irã, os Estados Unidos anunciaram o envio de um pequeno contingente de soldados de elite para a Síria, assegurando, no entanto, que esses agentes não vão participar diretamente dos combates.

Saindo do Hotel Imperial, após oito horas de discussões entre vinte delegações, o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, afirmou que o grupo "discutiu todos os problemas, mesmo os mais difíceis. Há pontos de desacordo, mas avançamos o suficiente para nos encontrarmos novamente, na mesma configuração em duas semanas".

"O principal ponto de desacordo é o futuro papel de Bashar al-Assad", acrescentou o chefe da diplomacia francesa. "Mas há uma série de pontos em que estamos de acordo, principalmente sobre o processo de transição, a perspectiva de eleições e como tudo isso deve ser organizado e o papel das Nações Unidas".

Os participantes consideraram que o Estado sírio deve ser preservado e encarregaram a ONU de negociar um cessar-fogo, indicou à imprensa o secretário de Estado americano, John Kerry.

Ele confirmou que seu país, a Rússia e o Irã "concordaram que discordam" sobre o destino do presidente Assad, uma questão que será nas próximas semanas e, provavelmente, nos próximos meses, a maior divergência nas negociações internacionais.

De acordo com a chefe da diplomacia europeia, a italiana Federica Mogherini, "desafios significativos permanecem, mas chegamos a pontos de acordo. A reunião não foi fácil, mas foi histórica".

Enquanto os diplomatas trabalhavam em Viena, Washington anunciou o envio para a Síria de cerca de cinquenta membros de suas forças especiais, bem como o envio de aeronaves de ataque no solo A-10 e caças F-15 para uma base aérea turca, a fim de aumentar a capacidade dos Estados Unidos em sua luta contra os grupos extremistas radicais, particularmente o Estado Islâmico.

"Difícil" solução política

Apesar dos anúncios, um porta-voz da Casa Branca assegurou que a estratégia dos Estados Unidos na Síria "não mudou" e que os soldados enviados não teriam "missões de combate".

Apesar de ninguém esperar um grande avanço diplomático em Viena, incluindo sobre o futuro papel do presidente Assad, apoiado por Moscou e Teerã, a mera presença dos protagonistas, cujas posições são extremamente divergentes, é vista como um progresso.

Também participaram da reunião de Viena representantes chineses, libaneses e egípcios, assim como os chanceleres francês, britânico e alemão.

"Nós finalmente conseguimos reunir todos em torno da mesma mesa, sem exceção", havia afirmado o chanceler russo Sergei Lavrov.

Após a reunião, ele declarou que "o processo político deve agora conduzir a um acordo entre as partes (sírias) para atingir a criação de uma estrutura abrangente que permita resolver questões vitais para o país e preparar uma nova constituição e eleições gerais".

Por enquanto, está fora de discussão a participação do governo sírio ou da oposição no processo iniciado em Viena.

A Rússia, que insiste com o Irã para que o presidente sírio desempenhe um papel na transição política, iniciou em 30 de setembro uma campanha de bombardeios aéreos na Síria que, desde então, teria destruído 1.623 "alvos terroristas".

O Irã fornece apoio financeiro e militar direto a Damasco, enquanto a Arábia Saudita apoia os grupos rebeldes e participa dos ataques aéreos da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico.

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