A boat of Russian Emergencies Ministry sails near the crash site of a Russian military Tu-154 plane, which crashed into the Black Sea on its way to Syria on Sunday, in the Black Sea resort city of Sochi, Russia, December 26, 2016. REUTERS/Maxim Shemetov (Maxim Shemetov/Reuters)
AFP
Publicado em 26 de dezembro de 2016 às 10h32.
Última atualização em 26 de dezembro de 2016 às 14h27.
Partes do avião militar russo Tu-154 que caiu neste domingo no Mar Negro com 92 pessoas a bordo foram encontradas nesta segunda-feira a 27 metros de profundidade, enquanto a equipe de mergulhadores tentava localizar os corpos das vítimas e as caixas-pretas da aeronave.
"Partes do avião foram encontradas a 27 metros de profundidade, cerca de uma milha náutica da costa", declarou uma porta-voz da equipe do ministério russo de Emergências em Sochi, Rimma Tchernova.
As equipes do ministério tentam atualmente localizar precisamente onde estão cada fragmento e seu tamanho, acrescentou.
O Tu-154 do ministério russo da Defesa caiu dois minutos e 44 segundos após decolar da estação balneária de Sochi, com destino à Síria, com 92 pessoas a bordo.
As causas do acidente ainda não foram esclarecidas, mas os investigadores parecem descartar a pista terrorista.
Uma enorme operação de busca está em andamento para encontrar os destroços e as caixas pretas do avião. Mais de 3.500 pessoas, incluindo 150 mergulhadores, 45 embarcações, bem como 5 helicópteros e drones estão em ação.
Onze corpos e 150 fragmentos de avião foram encontrados até o momento, segundo o ministério da Defesa.
A catástrofe provocou uma grande comoção na Rússia, uma vez que várias das vítimas eram do coro 'Ensemble Alexandrov' - conhecido por suas turnês ao exterior sob o nome de coro do Exército Vermelho - considerado um dos símbolos do país e um orgulho nacional.
O ministro russo dos Transportes, Maxim Sokolov, afirmou nesta segunda-feira, após uma reunião da comissão especial criada na véspera, que entre as principais hipóteses na investigação "não está incluída a de ato terrorista".
"Os motivos podem ser diversos. Os especialistas do comitê de investigação estão analisando", afirmou, antes de citar um "problema técnico ou um erro do piloto".
O presidente russo Vladimir Putin anunciou um dia de luto nacional para homenagear as vítimas e pediu uma "investigação minuciosa para determinar as causas da catástrofe".
De acordo com o ministério da Defesa, o Tupolev Tu-154 desapareceu dos radares às 5H27 (0H27 de Brasília), dois minutos depois de decolar do aeroporto de Sochi, no município de Adler, às margens do Mar Negro, com destino à base aérea de Hmeimim, perto de Latakia, na Síria.
A aeronave transportava 84 passageiros e oito integrantes da tripulação. Entre as vítimas estavam 64 membros do Coro Alexandrov, incluindo seu diretor, e oito militares.
Eles viajavam à Síria para passar o Ano Novo com os soldados russos mobilizados no país desde setembro de 2015, em apoio ao regime do presidente sírio Bashar al-Assad, aliado de Moscou.
No avião também estavam nove jornalistas dos canais de televisão Pervy Kanal, NTV e Zvezda, dois altos funcionários civis e a diretora de uma organização de caridade muito conhecida na Rússia, Elizavéta Glinka.
A ativista, conhecida como "doutora Liza", levava medicamentos para o hospital universitário de Latakia, informou o diretor do Conselho dos Direitos Humanos (vinculado ao Kremlin), Mikhail Fedotov, citado pela agência Interfax.
Vários aviões Tupolev-154 sofreram acidentes nos últimos anos. Em 2010, uma aeronave deste tipo com 96 pessoas a bordo, incluindo o presidente Lech Kaczynski e altos dirigentes poloneses, caiu durante a tentativa de pouso na região de Smolensk (oeste da Rússia). A tragédia não deixou sobreviventes.
O ministério da Defesa informou que o avião que sofreu o acidente no domingo estava em operação há 33 anos e tinha 6.689 horas de voo. Havia passado por reparos pela última vez em dezembro de 2014 e por uma revisão há três meses.
Quase 4.300 soldados russos estão mobilizados na Síria, onde a Rússia reforça sua presença militar com instalações como a da cidade portuária de Tartus (noroeste), que supostamente serão transformadas em uma base naval permanente neste país em guerra desde 2011.