Mundo

População é retirada e voos são suspensos no México devido à aproximação do furacão Beryl

Vários turistas foram evacuados de hotéis localizados na costa e outros tentavam sair da zona de impacto de carro, embora alguns seguissem em praias do país

 (Beryl/Divulgação)

(Beryl/Divulgação)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 5 de julho de 2024 às 06h44.

Centenas de turistas foram evacuados e dezenas de voos foram suspensos esta quinta-feira, horas antes do furacão Beryl atingir a costa mexicana no Caribe. Atualmente na categoria 2 em uma escala que vai até cinco,o furacão estava localizada a 345km de Tulum, uma cidade costeira turística a cerca de duas horas do conhecido balneário de Cancún, segundo o relatório mais recente do Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos.

O furacão, com ventos que chegaram a 175km/h e que deixou sete mortos ao passar pelas ilhas caribenhas e pela Venezuela, deverá impactar o território mexicano entre a noite desta quinta-feira e a madrugada de sexta-feira. Em seguida, entrará na Península de Yucatán, disse o NHC. Cerca de 100 voos nacionais e internacionais programados entre quinta e sexta-feira foram cancelados no aeroporto de Cancún, principal terminal aéreo do Caribe mexicano.

Em Tulum, onde o governo ordenou a suspensão das atividades a partir das 21h GMT (18h em Brasília) desta quinta-feira, a população reforçou a proteção dos seus negócios com tábuas de madeira, enquanto os supermercados fecharam as portas, observou uma equipa da AFP. Enquanto isso, o aeroporto de Tulum – município com cerca de 47 mil habitantes – suspendeu as operações durante a tarde.

Vários turistas foram evacuados de hotéis localizados na costa e outros tentavam sair da zona de impacto de carro. No entanto, alguns continuaram a desfrutar de um dia de sol na praia antes de se refugiarem nos seus alojamentos.

"Eles cancelaram nosso voo e tivemos que pagar por duas noites adicionais [em um hotel]. Temos algum medo, mas estamos convencidos de que as pessoas estão preparadas e sabem o que fazer", disse Virginia Rebollar, uma turista mexicana que viajou com três outros membros da família.

A Proteção Civil também ordenou a paralisação das atividades em Felipe Carillo Puerto e José María Morelos, no estado de Quintana Roo, zona onde se prevêem os maiores efeitos do ciclone. O exército mexicano enviou cerca de oito mil soldados para Tulum e anunciou que possui reservas de alimentos e 34 mil litros de água purificada para distribuir entre a população.

O governo mexicano estima que o Beryl impactará as costas mexicanas como um furacão de categoria 1 e passará pela Península de Yucatán e mais tarde entrará no Golfo do México. A expectativa é que ganhe força no mar para reentrar no território mexicano, no estado de Tamaulipas, no norte do país, na fronteira com o Texas.

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse anteriormente que um plano de contingência para aquela área está sendo elaborado. Beryl é o primeiro furacão da temporada atlântica, que vai do início de junho ao final de novembro, e impressionou os especialistas pela intensidade que adquiriu no fim de semana.

Os serviços meteorológicos dos EUA classificaram-no temporariamente como categoria 5, tornando-o o primeiro furacão dessa categoria registrado na temporada. Os cientistas acreditam que as alterações climáticas, ao aquecerem as águas oceânicas, favorecem estas tempestades, tornando-as mais propensas a intensificar-se rapidamente.

Danos no Caribe

O Beryl deixou pelo menos sete mortos, três em Granada, onde a tempestade atingiu a costa na segunda-feira, um em São Vicente e Granadinas e três na Venezuela, segundo autoridades locais. Quedas de energia e inundações foram relatadas nas Ilhas Cayman.

Ao passar pela Jamaica, Beryl deixou mais de 400 mil moradores sem eletricidade na quarta-feira. O rei Charles III disse estar “profundamente entristecido” pela destruição deixada pela tempestade, de acordo com um comunicado divulgado nesta quinta-feira pelo Palácio de Buckingham.

O primeiro-ministro de Granada, Dickon Mitchell, disse que a ilha de Carriacou ficou quase isolada, com casas, telecomunicações e instalações de combustível destruídas. O seu homólogo de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, declarou que “90% das casas” foram destruídas em Union Island e alertou que a reconstrução exigiria um grande esforço.

O Escritório de Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) alertou no final de maio que a temporada parecia extraordinária, com possibilidade de quatro a sete furacões de categoria 3 ou mais. Estas previsões estão relacionadas, em particular, com o desenvolvimento esperado do fenômeno meteorológico La Niña, bem como com temperaturas muito elevadas no Oceano Atlântico, segundo a NOAA.

 

Acompanhe tudo sobre:MéxicoFuracõesClima

Mais de Mundo

Eleições no Reino Unido: Trabalhistas voltam ao poder após 14 anos

Eleições no Reino Unido: trabalhistas tiveram vitória esmagadora, aponta boca-de-urna

Governo conservador português quer restaurar alguns benefícios fiscais para estrangeiros

Congresso do Peru aprova lei que prescreve crimes contra a Humanidade cometidos antes de 2022

Mais na Exame