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Funeral de Michael Brown reúne centenas de pessoas

Adolescente foi baleado por um policial branco, o que elevou as tensões raciais na comunidade onde morava

Músicos cantam em funeral de Michael Brown em igreja batista em St. Louis (Richard Perry/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2014 às 18h42.

São Paulo - O funeral do adolescente norte-americano Michael Brown, que tinha 18 anos e foi assassinado por um policial no último dia 9, reuniu centenas de pessoas nesta segunda-feira, em St. Louis, subúrbio de Ferguson, estado de Missouri, nos Estados Unidos.

Brown era negro e foi baleado por um policial branco chamado Darren Wilson, o que elevou as tensões raciais na comunidade onde morava e causou uma série de manifestações contra a polícia local.

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A cerimônia começou às 10h (12h em Brasília), na igreja Batista Friendly Temple Missionary, e contou com a presença do governador Jay Nixon, do reverendo Al Sharpton e de três funcionários da Casa Branca enviados pelo presidente Barack Obama, além de parentes e amigos da vítima.

Algumas celebridades negras também foram ao funeral, como o cineasta Spike Lee e os rappers Sean Combs e MC Hammer. A igreja, com capacidade para 2.500 pessoas, encheu rapidamente.

No domingo, o pai do jovem, que também se chama Michael Brown, pediu que, nesta segunda-feira, os manifestantes dessem uma pausa nos protestos, para que os familiares possam ter um "dia de silêncio".

"Amanhã tudo que eu quero é paz. É tudo o que peço", disse ontem. Nesta manhã, o pedido do pai foi respeitado, com cartazes que diziam "uma pausa para o funeral".

Em seu discurso, o reverendo Sharpton, que também é ativista de direitos civis, declarou que "alguma coisa está errada quando o dinheiro público é usado para equipar militarmente as polícias, mas não é suficiente para investimentos em escola públicas."

A morte do adolescente gerou vários protestos no subúrbio, cuja população é predominantemente negra e a polícia é formada em sua maioria por brancos.

Houve confrontos durante vários dias, com atos de violência por parte dos manifestantes e respostas da polícia com bombas de gás lacrimogêneo.

Os conflitos tiveram repercussão internacional, levando o procurador-geral dos EUA, Eric Holder, que também é negro, a prometer uma investigação profunda por agentes federais.

Há uma investigação federal em curso para saber o que motivou Wilson a atirar no garoto.

Uma autópsia descobriu que Brown foi baleado pelo menos seis vezes, mas ainda não se sabe se o jovem havia cometido algum crime naquele dia ou se os dois haviam trocado agressões físicas antes do assassinato.

Barack Obama, o primeiro presidente negro da história dos EUA, tem falado em tom equilibrado sobre o caso.

Ao mesmo tempo em que condena a atitude do policial e pede por justiça, lembra que o trabalho da polícia deve ser respeitado.

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