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Funeral de Chávez reúne líderes da América Latina e Caribe

Também estarão presentes o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, e o herdeiro da Coroa espanhola, Felipe de Borbón

O presidente do Uruguai, José Mujica (c), chega ao velório
 (AFP)

O presidente do Uruguai, José Mujica (c), chega ao velório (AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de março de 2013 às 12h36.

Caracas - O funeral de Estado do presidente Hugo Chávez ocorre nesta sexta-feira, na capital venezuelana, na presença dos líderes da América Latina e do Caribe, depois do qual Nicolás Maduro será empossado como presidente interino, com o objetivo de prosseguir com o chavismo após as eleições, que devem ser convocadas em menos de 30 dias.

O corpo de Chávez não será sepultado, e sim exibido por mais sete dias, diante da enorme afluência de venezuelanos à capela ardente, e será embalsamado para repousar em um museu de Caracas, instalado no que foi seu quartel-geral no frustrado golpe de Estado de 1992.

Nesta sexta-feira, a partir das 15h30 GMT (12h30 de Brasília), ocorre o funeral na Academia Militar onde está instalada a capela ardente, na presença de mais de 30 chefes de Estado e de Governo, incluindo todos os presidentes latino-americanos, com exceção do paraguaio Federico Franco, excluído dos organismos regionais, e com a presença dos controversos presidentes do Irã, Mahmud Ahmadinejad, e da Bielorrússia, Alexander Lukachenko.

Também estarão presentes o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, e o herdeiro da Coroa espanhola, Felipe de Borbón.

"Quero dar minhas profundas condolências ao povo venezuelano e a todos os povos do mundo, sobretudo os latino-americanos", afirmou Ahmadinejad em sua chegada a Caracas.

"O presidente Chávez foi símbolo de todos os que buscam justiça, o amor e a paz no mundo", disse o presidente iraniano, que compartilhou com Chávez sua inimizade com Washington e que recebeu apoio do venezuelano para seu programa nuclear.


Os Estados Unidos participarão com uma delegação de baixo escalão. Os dois países retiraram seus embaixadores em uma das muitas controvérsias que marcaram os quatorze anos (1999-2013) de governo de Chávez.

Após o funeral, às 19h00 (20h30 de Brasília), Nicolás Maduro assumirá a presidência interna e fará "o chamado às eleições quando for a hora, de acordo com a Constituição nos 30 dias seguintes", explicou o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.

Entretanto, os partidários de Chávez seguiam alimentando as longas filas para vê-lo de perto pela última vez e passando diante de seu caixão. Mais de dois milhões de pessoas, segundo o executivo, deram seu adeus ao líder.

Não foram divulgadas imagens do rosto do ex-presidente, mas um jornalista da AFP que pôde se aproximar do caixão afirmou que, "vestido impecavelmente com um terno verde oliva e gravata preta, coroado com sua emblemática boina vermelha, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mostra um rosto sereno, apesar do rigor da morte".

Ainda sob o frio da madrugada, centenas de milhares de pessoas seguiam nesta sexta-feira esperando sua vez.

Por toda parte, os venezuelanos aguardavam indiferentes ao lixo acumulado em dois dias de peregrinação popular para chegar ao caixão de Chávez e prestar sua última homenagem.

"Não importa quantas horas esperamos, mas vamos ficar aqui até que o vejamos", afirmou Luis Herrera, utilizando a boina vermelha popularizada pelo líder venezuelano.


Herrera, um motorista de 49 anos, chegou de um bairro de Caracas no fim da tarde de quinta-feira e à meia-noite ainda estava muito longe de entrar no recinto onde encontram-se expostos os restos do ex-presidente.

Seus olhos se encheram de lágrimas ao pensar no que faria quando o visse: "rezarei um pai-nosso para que Deus o receba com os braços abertos", explicou.

Jogar cartas, cantar e gritar slogans em homenagem ao presidente: tudo era válido para suportar as longas horas de espera para chegar à capela ardente.

Vendedores ambulantes percorriam a região vendendo cartazes, bandeiras e fotos de Chávez.

Os planos dos que aguardavam não pareciam ter se alterado pelo anúncio do governo de que Chávez seguirá exposto após ser embalsamado - "como Ho Chi Minh, Lênin e Mao", disse Nicolás Maduro.

Um embalsamador filipino, famoso por ter embalsamado o ditador Ferdinand Marcos, ofereceu seus serviços à Venezuela e explicou que os especialistas devem agir com rapidez para preservá-lo da decomposição.

"O que conta é que não demorem (a escolher o embalsamador). Quanto mais esperarem, mais difícil será", advertiu.

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