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EUA investigam incidentes de saúde com seus funcionários de Cuba

No final de 2016, funcionários do governo americano em Havana "começaram a sentir doer" e a apresentar "vários sintomas físicos" de um "ataque acústico"

Cuba e EUA: a rede CNN noticiou que Washington considera um possível "ataque acústico" realizado com sofisticados dispositivos sônicos (Ueslei Marcelino/Reuters)
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AFP

Publicado em 11 de agosto de 2017 às 11h10.

Washington investiga o que motivou estranhos "incidentes" que afetaram diplomatas americanos em Cuba. Os Estados Unidos querem saber mais detalhes - se seus funcionários teriam sofrido um "ataque acústico" ou se haveria um terceiro país envolvido -, que podem colocar à prova suas frágeis relações com Havana.

"Uma investigação está em curso. Ponto", limitou-se a dizer o Departamento de Estado americano sem responder as muitas dúvidas deste caso que pode complicar o degelo iniciado há dois anos entre Cuba e Estados Unidos.

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Tudo começou no final de 2016, quando funcionários do governo americano em Havana "começaram a sentir doer" e a apresentar "vários sintomas físicos", pelos quais receberam tratamento médico e foram repatriados.

Esses funcionários "não estavam seguros. Não estavam seguros, obviamente, porque aconteceu-lhes algo. Levamos isso muito a sério", disse a jornalistas a porta-voz da diplomacia americana, Heather Nauert, que na quarta-feira se referiu ao tema, sem especificar o número de americanos afetados, nem detalhar a natureza dos sintomas.

"Não temos respostas definitivas sobre a fonte ou a causa do que consideramos incidentes", afirmou.

O Canadá, por sua vez, informou nesta quinta-feira que um de seus diplomatas em Cuba sofreu perda de audição, e disse que investiga as causas.

"Estamos conscientes dos estranhos sintomas que afetam os funcionários canadenses e americanos e a suas famílias em Havana", disse Brianne Maxwell, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores canadense.

Nauert se negou a comentar sobre os problemas de audição do diplomata canadense na ilha. E se declinou a "culpar qualquer pessoa, ou um país".

Na quinta-feira, citando altos funcionários americanos na condição de anonimato, a rede CNN noticiou que Washington considera um possível "ataque acústico" realizado com sofisticados dispositivos sônicos instalados no interior ou no exterior da residência dos diplomatas.

O governo de Donald Trump quer saber se "um terceiro país" poderia ter conduzido este ataque como "represália" por ações americanas e para afetar o vínculo entre Washington e Havana.

Em um comunicado emitido na quarta-feira, o governo cubano manifestou seu protesto e negou categoricamente ter maltratado diplomatas, além de garantir que investiga os "incidentes" relatados em fevereiro.

"Cuba jamais permitiu nem permitirá que o território cubano seja utilizado para qualquer ação contra diplomatas acreditados nem seus familiares, sem exceção", informou o Ministério das Relações Exteriores da ilha.

Se um ataque acústico a diplomatas em Cuba for confirmado, este seria um ato sem precedentes na ilha, embora antes de 2015 tenha havido queixas de assédios a funcionários americanos por parte dos cubanos, e vice-versa.

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