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Francisco completa amanhã seu primeiro mês de pontificado

Bergoglio pretende aproximar a figura do papa dos fiéis e libertá-la de tudo o que considera acessório


	Papa Francisco: Como seu antecessor, Francisco anunciou que atuará "com decisão" contra os casos de padres pedófilos e denunciou a ditadura do relativismo.
 (Vincenzo Pinto/AFP)

Papa Francisco: Como seu antecessor, Francisco anunciou que atuará "com decisão" contra os casos de padres pedófilos e denunciou a ditadura do relativismo. (Vincenzo Pinto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Cidade do Vaticano - O jesuíta argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, completa neste sábado seu primeiro mês como papa, período no qual começou a traçar as linhas de seu pontificado, que tem entre seus desafios a nova evangelização, a potencialização do diálogo ecumênico e a reforma da cúria romana.

A chegada ao Trono de Pedro do primeiro papa latino-americano, ou procedente "do fim do mundo" (como ele mesmo se apresentou diante dos fiéis em 13 de março após ser eleito no segundo conclave do terceiro milênio), significou um sopro de ar fresco no Vaticano e um afastamento do luxo.

Bergoglio pretende aproximar a figura do papa dos fiéis e libertá-la de tudo o que considera acessório. Na própria missa de início de pontificado Francisco afirmou que o poder do bispo de Roma "é servir aos outros, sobretudo aos mais pobres".

"Como eu gostaria de uma igreja pobre, para os pobres", disse Bergoglio no encontro com a imprensa internacional que cobriu o conclave, no qual explicou que escolheu o nome Francisco em homenagem a Francisco de Assis, "o homem da paz, dos pobres, o custódio da natureza, da criação".

Nessa linha austera e simples, Francisco se desprendeu da tradicional estola vermelha e só usa a vestimenta para o momento da benção.

O papa usa o branco, mas se recusou a colocar os tradicionais sapatos vermelhos dos pontífices e calça sapatos negros. Além disso, carrega uma cruz peitoral de metal e o anel do Pescador, símbolo do poder papal, é de prata banhada em ouro.


Bergoglio se aloja na Casa Santa Marta e não no Palácio Apostólico e não hesita em fazer pessoalmente ligações por telefone, causando incredulidade nas pessoas que atendem e escutam: "sou o papa Francisco".

Seguindo esta linha, na Quinta-Feira Santa celebrou a Missa do Jantar do Senhor em um centro de reclusão de menores e não teve pruridos em se ajoelhar, lavar e beijar os pés de doze internos, entre eles duas mulheres e uma delas muçulmana.

Além desses gestos, neste mês o papa se reuniu com vários cardeais, bispos e superiores religiosos, dando atenção à renovação da Cúria e fazendo sua primeiro nomeação: o espanhol José Rodríguez Carballo, ministro geral da Ordem dos Frades Menores Franciscanos, tornou-se o novo secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada.

A reforma da cúria romana, muito marcado pelo escândalo Vatileaks -roubo e divulgação de documentos enviados ao papa, que revelaram intrigas, enfrentamentos e supostos casos de corrupção no pequeno estado-, é considerada como um dos grandes desafios que precisam ser enfrentados urgentemente.

Todos os olhares estão postos em quem será o novo Secretário de Estado (primeiro-ministro), que substituirá o cardeal Tarcisio Bertone.

Os observadores consideram que dessa nomeação dependerá a reforma da Cúria e a transparência financeira do banco do Vaticano, o IOR, o que permitirá atingir o objetivo estipulado por Bento XVI, colocar o pequeno estado na lista branca das nações que respeitam as normas para a luta contra a lavagem de dinheiro.

Outro grande desafio do papa Bergoglio é a nova evangelização em um mundo cada vez mais secularizado.


Francisco pediu que a Igreja saia da periferia para divulgar o Evangelho e disse que não se pode cair no pessimismo nem no desalento.

Aos sacerdotes afirmou que os religiosos não podem ser simples gerentes, mas precisam ir onde há sofrimento e sangue derramado.

"Não deixem que vos roubem a esperança", é uma de suas frases preferidas. Aos "indiferentes" perante Deus convidou a se "arriscarem", a confiarem em Cristo, "o único que não decepciona", assim como pregava Bento XVI, com quem manteve um encontro, mostrando ao mundo uma imagem inédita: dois papas vivos, rezando juntos.

Como seu antecessor, Francisco anunciou que atuará "com decisão" contra os casos de padres pedófilos e denunciou a ditadura do relativismo.

Além disso, estendeu a mão aos judeus e aos muçulmanos, e já anunciou que em julho irá ao Rio de Janeiro para participar da Jornada Mundial da Juventude.

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