França entra novamente em lockdown a partir desta sexta, decreta Macron
Bares, restaurantes e comércios não-essenciais devem permanecer fechados; novo "confinamento" deve ir, pelo menos, até 1º de dezembro
Fabiane Stefano
Publicado em 28 de outubro de 2020 às 16h28.
Última atualização em 28 de outubro de 2020 às 19h20.
O presidente francês Emmanuel Macron anunciou nesta quarta-feira (28) que a França entrará em lockdown mais uma vez a partir de sexta-feira (30) devido ao aumento dramático no número de casos de coronavírus no país. Nas últimas 24 horas, 33 mil franceses foram diagnosticados com Covid-19, e outros 523 morreram. Os números são semelhantes aos de abril, quando a Europa enfrentava o auge da crise.
Neste novo "confinamento", que inicialmente vai até 1º de dezembro, bares e restaurantes deverão ser fechados, assim como qualquer outro comércio não-essencial. Reuniões públicas estão proibidas, mas reuniões familiares privadas são permitidas. As creches, escolas e colégios também continuam funcionando, enquanto as universidades oferecerão aulas pela internet. Diferentemente do primeiro lockdown, os serviços públicos permanecem em funcionamento.
O governo vai exigir um atestado para aqueles que necessitam sair de casa para trabalhar pessoalmente, ir à uma consulta médica ou fazer alguma aula.
Macron, que fez um pronunciamento na TV na noite desta quarta (28), também participará de uma reunião do conselho europeu para coordenar as respostas sanitárias dos diferentes países da União Europeia. Na tarde desta quinta, o primeiro-ministro Jean Castex deve detalhar outras regras do confinamento em uma coletiva de imprensa.
As fronteiras da França continuarão abertas para os vizinhos da União Europeia e para todos os cidadãos franceses que quiserem retornar ao país, independente de que país estejam. Todos aqueles que chegaram à França serão submetidos a testes rápidos nos portos e aeroportos. "Nenhum viajante poderá entrar no território europeu sem a certeza que ele não está contaminado", disse Macron.
A entrada de não-cidadãos e de pessoas de fora da União Europeia, entretanto, será vetada, assim como viagens entre as regiões francesas.
Macron anunciou também que aumentará o número de leitos de terapia intensiva para 10 mil, e que os cemitérios permanecerão abertos "para que possamos enterrar os nossos entes queridos com dignidade". O presidente afirmou que "guarda a esperança de festejar as festas de fim de ano em família" e que pode reavaliar as novas restrições em 15 dias, caso a situação dê sinais de melhora.