A demolição de ‘A Selva’ e o drama dos refugiados na França
Veja o antes e o depois do campo onde cerca de oito mil migrantes viviam em condições deploráveis. 1.600 dessas pessoas são crianças que viajam sozinhas
Gabriela Ruic
Publicado em 27 de outubro de 2016 às 15h41.
Última atualização em 27 de outubro de 2016 às 15h53.
São Paulo – A França finalizou nesta semana a desocupação do acampamento que ganhou o apelido de ‘A Selva’, na cidade de Calais, que fica a cerca de 300 quilômetros da capital Paris. Os moradores desse campo foram levados em ônibus até centros de registro para serem alocados agora em albergues do governo. Há 450 deles espalhados pelo país.
Organizações de defesa de direitos humanos que atuam na região, no entanto, enxergam o movimento realizado pelo governo do país com desconfiança, a medida que cresce na França o sentimento anti-imigração. Nesta semana, um dos centros de acolhimento para o qual alguns dos moradores de ‘A Selva’ seriam enviados foi alvo de um incêndio criminoso.
‘A Selva’
‘A Selva’ começou a ser ocupada por migrantes que tentavam atravessar o canal da Mancha em direção ao Reino Unido nos idos de 2009 e ganhou esse apelido pelas condições subumanas em que as pessoas viviam.
Acabou se tornando um enorme campo que abrigava atualmente entre seis e oito mil pessoas. A maioria delas de países como Síria, Iraque, Afeganistão, Eritreia, Senegal e Albânia. Desse total, estima-se que ao menos 1.300 sejam crianças que viajam desacompanhadas.
E são elas agora a maior preocupação das organizações de defesa de direitos humanos. Segundo a Save The Children, após o início da desocupação, muitas delas vagavam pelo campo sozinhas, em estado de confusão e desespero, dormindo embaixo de pontes. Teme-se que muitas delas se tornem alvo fácil de traficantes e da exploração sexual.
Conheça o campo
Confira abaixo imagens panorâmicas que mostram o antes e o depois de ‘A Selva’ e que revelam como foi o processo de desocupação do campo.