Bandeira de Israel (David Silverman/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2012 às 13h16.
Estados Unidos e Europa redobram suas pressões para evitar que Israel desencadeie um ataque contra o Irã sem que tenham sido esgotadas as vias diplomáticas para fazer com que a República Islâmica renuncie ao seu polêmico programa nuclear.
No âmbito desta campanha, Tom Donilon, conselheiro para Segurança Nacional do presidente americano Barack Obama, viajou a Israel nos últimos dias.
No domingo, Donilon se reuniu durante duas horas com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e nesta segunda-feira conversou com o ministro da Defesa Ehud Barak, cuja "posição dura" na crise iraniana inquieta os Estados Unidos, segundo o jornal Haaretz.
E nesta semana os Estados Unidos enviarão o chefe dos serviços secretos James Clapper, informaram os meios de comunicação israelenses.
Ehud Barak, que é, de fato, o número dois do governo israelense, foi "convocado" a Washington na próxima semana, segundo os meios de comunicação.
Netanyahu realizará uma visita aos Estados Unidos no início de março.
"Israel sofre pressões de todos os lados. Os americanos não querem ser surpreendidos e se verem diante do fato consumado de um ataque israelense", disse um funcionário israelense de alto escalão que pediu o anonimato.
Neste fim de semana, em uma entrevista à CNN, o chefe do Estado-Maior americano, o general Martin Dempsey, afirmou que seria prematuro lançar uma ação militar contra o Irã.
Há várias semanas, Israel mantém o suspense sobre a possibilidade de bombardear as instalações nucleares iranianas.
"Por enquanto, do lado israelense, há uma tendência em manter o suspense para incentivar a comunidade internacional a impor sanções ainda mais duras contra o Irã, e também devido à diversidade de opiniões habitual no seio da classe política israelense", destacou o funcionário israelense.
No domingo, o chefe da diplomacia britânica, William Hague, considerou que não seria "sensato" por parte de Israel intervir militarmente contra o Irã.
"A solução nunca é militar, a solução é política e diplomática", declarou o presidente francês Nicolas Sarkozy em Paris diante de representantes da comunidade judaica.
Na frente interna, Tzipi Livni, dirigente centrista da oposição, acusou Netanyahu de isolar Israel. "A política do primeiro-ministro levou ao fato de que todos nos chamam com alto-falantes para fazer isto ou não fazer aquilo. Todos estão atrás de nós para nos deterem".
"Conseguiram um duplo isolamento no caso iraniano e no processo político com os palestinos", lamentou Tzipi Livni.
Em um editorial intitulado "Uma advertência americana", o jornal Haaretz considera que "Israel deve ouvir as advertências provenientes de Washington e se abster, por enquanto, de tomar decisões unilaterais".
Em 1981, Israel lançou ataques aéreos contra uma central nuclear no Iraque sem o consentimento dos Estados Unidos, o que teria provocado na época a condenação de Washington.
Uma delegação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) chegou nesta segunda-feira a Teerã para tentar encontrar uma solução diplomática para a crise nuclear iraniana.
Israel, Estados Unidos e diversas potências ocidentais acusam o Irã de querer se dotar de uma bomba atômica sob a alegação de um programa civil, o que Teerã desmente sistematicamente.