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Forças de segurança iraquianas preparam contra-ataque

O presidente americano, Barack Obama, indicou na sexta-feira que seu governo analisa "todas as opções", exceto o envio de tropas terrestres


	As forças de segurança iraquianas retomaram neste sábado três cidades próximas de Bagdá e se preparam para contra-atacar os jihadistas no norte do país
 (Reuters)

As forças de segurança iraquianas retomaram neste sábado três cidades próximas de Bagdá e se preparam para contra-atacar os jihadistas no norte do país (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2014 às 17h25.

São Paulo - As forças de segurança iraquianas retomaram neste sábado três cidades próximas de Bagdá e se preparam para contra-atacar os jihadistas no norte do país, após a conquista esta semana de grandes áreas pelos insurgentes.

Sinal da crescente preocupação no exterior frente a esta rápida ofensiva, o Irã, cujas relações com os Estados Unidos melhoraram após décadas de congelamento, declarou que não descarta uma cooperação com Washington para parar os jihadistas que visam criar um Estado islâmico na fronteira entre o Iraque e a Síria.

O presidente americano, Barack Obama, indicou na sexta-feira que seu governo analisa "todas as opções", exceto o envio de tropas terrestres.

Em três dias, os jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL), os insurgentes conquistaram Mossul e sua província de Nínive (norte), Tikrit e outras áreas da província de Saladino, assim como parte das províncias de Diyala (leste) e Kirkuk (norte), encontrando pouca resistência por parte das forças de segurança.

Seu objetivo agora é a capital Bagdá, onde as ruas estavam quase desertas e as lojas fechadas neste sábado, por medo de um ataque iminente.

Poderes ilimitados a Maliki

Em um comunicado publicado em seu site sexta-feira à noite, o primeiro-ministro iraquiano Nuri al-Maliki, comandante-em-chefe das Forças Armadas, disse que seu governo tinha lhe concedido "poderes ilimitados" para lutar contra os insurgentes.

No terreno, as forças de segurança e combatentes de tribos retomaram o controle das cidades de Ishaqi e Muatassam, na província de Saladino, segundo o general Sabah al-Fatlawi.

Um oficial da polícia indicou que os corpos queimados de 12 policias foram encontrados em Ishaqi.

Segundo testemunhas, a polícia e habitantes conseguiram na sexta-feira, um pouco mais ao sul, expulsar os insurgentes de Dhuluiya, a 90 km da capital.

Reforços da polícia e do Exército chegaram sexta-feira em Samarra (110 km ao norte de Bagdá), onde as forças iraquianas planejam lançar uma contraofensiva, segundo um dos comandantes responsáveis ​​pela segurança local.

Segundo ele, o objetivo é retomar Tikrit, capital da província de Saladino, Dour e Baiji. As forças de segurança aguardam ordens para iniciar a sua operação.

Samarra, uma cidade predominantemente sunita, abriga um grande número de locais sagrados xiitas, como o mausoléu do Imã Ali al-Hadi e de Hassan al-Askari.

Sinal da importância de Samarra, Maliki visitou a cidade na sexta-feira para uma reunião de segurança, enquanto testemunhas relataram que os jihadistas estavam se preparando para lançar um novo ataque à cidade.

Maliki, odiado pelo jihadista, é acusado pela minoria sunita de marginalizar e perseguir esta comunidade.

Sexta-feira, o clérigo xiita mais influente no Iraque, o grande aiatolá Ali Sistani, exortou a população a pegar em armas para deter o avanço de jihadistas para Bagdá.

Vários milhares de voluntários responderam a um apelo semelhante por parte do governo.

Cooperação entre EUA e Irã

Especialistas explicam a derrocada das forças de segurança por uma formação incompleta, corrupção e o clima de sectarismo.

No exterior, o presidente iraniano Hassan Rohani declarou neste sábado que seu país poderia considerar uma cooperação com os Estados Unidos, "se virmos que os americanos atuam contra os grupos terroristas".

Mas, reconhecendo os "sacrifícios extraordinários" das tropas americanas no país, onde estiveram entre 2003 e 2010, Obama foi enfático ao afirmar que "nós não vamos enviar tropas americanas para combater no Iraque".

Ainda assim, o presidente americano disse considerar "uma gama de opções para apoiar as forças de segurança iraquianas", acrescentando que, "sem esforço político, qualquer ação militar será condenada ao fracasso."

O EIIL, que ambiciona a criação de um Estado islâmico, é conhecido por seus abusos, sequestros e execuções, especialmente na Síria, onde o grupo é muito ativo.

Neste sábado, ao menos 30 "terroristas" foram mortos em uma grande explosão em um "mercado de armas" em Mayadeen, uma cidade síria próxima da fronteira com o Iraque, segundo a televisão estatal síria.

Uma autoridade rebelde da região afirmou por sua vez à AFP que ao menos 15 civis morreram nesta cidade em uma atentado com carro-bomba realizado pelo EIIL.

Gravitando ao longo da fronteira entre Iraque e Síria, o EIIL conta com ex-membros dos serviços de segurança do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein, de acordo com especialistas militares.

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