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FMI: Consenso de Washington é passado

O diretor do fundo, Dominique Strauss-Kahn, disse que é necessário uma nova política econômica mundial para superar a crise e refetir o crescimento dos emergentes

Dominique Strauss-Kahn: "O 'Consenso de Washington' já é passado" (Stephen Jaffe/IMF)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2011 às 16h39.

Washington - Depois da crise financeira de 2008, que devastou a economia mundial, o Estado deve exercer um papel maior e controlar os excessos do mercado, segundo o discurso do diretor-gerente do fundo, feito na Universidade George Washington, na capital americana.

"O Consenso de Washington tinha uma série de lemas básicos: regras simples para a política monetária e fiscal, que previam garantir a estabilidade, a desregulação e a privatização, liberalizando o crescimento e a prosperidade, e os mercados financeiros canalizariam os recursos para as áreas mais produtivas", explicou Strauss-Kahn.

"Tudo isso caiu com a crise. O 'Consenso de Washington' já é passado", completou.

Diante da imposição de países emergentes como novos motores do crescimento mundial, esse consenso deve ser superado, mediante uma nova política econômica com ênfase na coesão social e no multilateralismo, explicou.

O Consenso de Washington, propagado durante os anos 1980 e 1990 por FMI e Banco Mundial, foi apontado como responsável pela crise em países como Argentina ou em países em transição no Leste Europeu.

"Ao designar um novo marco macroeconômico para um novo mundo, o pêndulo oscilará - ao menos um pouco - do mercado para o Estado, e do relativamente simples para o relativamente mais complexo", completou Strauss-Kahn.

"Claramente, a política monetária deve ir além da estabilidade de preços, e velar pela estabilidade financeira", propôs Strauss-Kahn.

Isso não deve ser feito mediante a utilização da taxa de juros, mas com outros instrumentos, como liquidez, explicou.

É necessário um imposto sobre as atividades financeiras para forçar esse setor a assumir parte dos custos sociais de sua atividade inerentemente arriscada.

"Não me entendam mal: a globalização trouxe resultados positivos, e tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza", explicou.

"Mas a crise e suas consequências alteraram fundamentalmente nossa percepção", advertiu.

"Precisamos de uma nova forma de globalização, uma globalização com um rosto mais humano", acrescentou.

Os países ricos e emergentes devem continuar com sua cooperação no G20 para assegurar que os interesses nacionais sejam superados, pediu Strauss-Kahn.

O chefe do fundo endossou também as previsões de crescimento econômico mundial para 2011, anunciadas pelo órgão em janeiro.

"Prevemos algo em torno de 4,5% este ano", afirmou.

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Washington - Depois da crise financeira de 2008, que devastou a economia mundial, o Estado deve exercer um papel maior e controlar os excessos do mercado, segundo o discurso do diretor-gerente do fundo, feito na Universidade George Washington, na capital americana.

"O Consenso de Washington tinha uma série de lemas básicos: regras simples para a política monetária e fiscal, que previam garantir a estabilidade, a desregulação e a privatização, liberalizando o crescimento e a prosperidade, e os mercados financeiros canalizariam os recursos para as áreas mais produtivas", explicou Strauss-Kahn.

"Tudo isso caiu com a crise. O 'Consenso de Washington' já é passado", completou.

Diante da imposição de países emergentes como novos motores do crescimento mundial, esse consenso deve ser superado, mediante uma nova política econômica com ênfase na coesão social e no multilateralismo, explicou.

O Consenso de Washington, propagado durante os anos 1980 e 1990 por FMI e Banco Mundial, foi apontado como responsável pela crise em países como Argentina ou em países em transição no Leste Europeu.

"Ao designar um novo marco macroeconômico para um novo mundo, o pêndulo oscilará - ao menos um pouco - do mercado para o Estado, e do relativamente simples para o relativamente mais complexo", completou Strauss-Kahn.

"Claramente, a política monetária deve ir além da estabilidade de preços, e velar pela estabilidade financeira", propôs Strauss-Kahn.

Isso não deve ser feito mediante a utilização da taxa de juros, mas com outros instrumentos, como liquidez, explicou.

É necessário um imposto sobre as atividades financeiras para forçar esse setor a assumir parte dos custos sociais de sua atividade inerentemente arriscada.

"Não me entendam mal: a globalização trouxe resultados positivos, e tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza", explicou.

"Mas a crise e suas consequências alteraram fundamentalmente nossa percepção", advertiu.

"Precisamos de uma nova forma de globalização, uma globalização com um rosto mais humano", acrescentou.

Os países ricos e emergentes devem continuar com sua cooperação no G20 para assegurar que os interesses nacionais sejam superados, pediu Strauss-Kahn.

O chefe do fundo endossou também as previsões de crescimento econômico mundial para 2011, anunciadas pelo órgão em janeiro.

"Prevemos algo em torno de 4,5% este ano", afirmou.

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