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Fixar fronteiras é vital para paz no Oriente Médio, diz EUA

Secretário de Estado americano estima que traçar fronteiras de um futuro Estado palestino e acordar medidas de segurança para Israel são pontos essenciais


	Palestino durante protesto: negociações entre Israel e Palestina foram suspensas
 (Thomas Coex/AFP)

Palestino durante protesto: negociações entre Israel e Palestina foram suspensas (Thomas Coex/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2014 às 14h19.

Washington - O secretário de Estado americano, John Kerry, estima que traçar as fronteiras de um futuro Estado palestino e acordar medidas de segurança para Israel são pontos essenciais se as negociações de paz forem retomadas, declarou o emissário dos Estados Unidos nas negociações.

Em declarações no centro de investigação Washington Institute na noite de quinta-feira, Martin Indyk declarou que, embora ambas as partes tenham mostrado flexibilidade, é claro que não sentem a "necessidade urgente de adquirir os compromissos dolorosos necessários para alcançar a paz".

Apesar de nove meses de negociações sérias e intensas - suspensas no mês passado por um acordo entre autoridades palestinas e o grupo islamita Hamas - Indyk disse que era "mais fácil para os palestinos assinar convenções e apelar aos corpos internacionais em sua suposta busca por justiça".

Por sua vez, "é mais fácil para os políticos israelenses evitar a tensão na coalizão governante e para o povo israelense manter o cômodo status quo atual", acrescentou Indyk.

Para o embaixador americano em Israel, se os Estados Unidos são a única parte envolvida nas negociações de paz que sente a urgência de um acordo, "estas negociações não terão êxito".

No entanto, se as negociações forem retomadas, Kerry acredita que as duas partes devem trabalhar em qual será a fronteira de um Estado palestino e a segurança para Israel, junto a outros temas, como os refugiados e a situação de Jerusalém.

"Uma vez que uma fronteira esteja acordada, cada parte será livre para construir em seu próprio Estado", argumentou Indyk, ressaltando a tensão causada pelos anúncios de Israel nos últimos meses de seus planos para estabelecer mais de 12.000 novos assentamentos na Cisjordânia Ocupada e em Jerusalém Oriental.

A construção de assentamentos "não apenas mina a confiança dos palestinos", mas pode inclusive "minar o futuro judeu de Israel", advertiu Indyk.

O funcionário também mencionou o trabalho "sem precedentes" do general John Allen em um plano para garantir a segurança de Israel, assim como a vontade do presidente palestino, Mahmud Abbas, de colocar a segurança de um possível Estado palestino nas mãos dos Estados Unidos para superar a desconfiança israelense.

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