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Fim de bloqueio normalizará relações com EUA, diz Cuba

Este processo será longo e complexo, já que ainda existe uma interação bilateral inédita com a permanência de políticas do passado


	EUA e Cuba: este processo será longo e complexo, já que ainda existe uma interação bilateral inédita com a permanência de políticas do passado
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

EUA e Cuba: este processo será longo e complexo, já que ainda existe uma interação bilateral inédita com a permanência de políticas do passado (Ueslei Marcelino / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2016 às 13h55.

Havana - O fim do embargo ainda é uma "grande prioridade" para Cuba, um ano depois do restabelecimento das relações com os Estados Unidos, e sua eliminação será "essencial" para avançar nos vínculos, insistiu nesta quarta-feira a diretora para a América do Norte da Chancelaria da ilha, Josefina Vidal.

Em entrevista ao jornal oficial "Granma", ela reconheceu que este processo "será longo e complexo", devido ao fato de no diálogo entre as duas nações ainda coexistir "uma interação bilateral inédita com a permanência de políticas do passado".

Josefina, chefe negociadora da ilha após o "degelo" iniciado em dezembro de 2014, lembrou que os "componentes dissuasivos e punitivos do bloqueio", instaurado pelos Estados Unidos em 1962, continuam tendo consequências negativas para o país caribenho.

"Por isso, a suspensão do bloqueio continua sendo uma grande prioridade para Cuba e será essencial que seja eliminada para avançar rumo à normalização das relações. O bloqueio é uma política do passado e deve acabar", afirmou.

Para ela, a visita do presidente americano Barack Obama a Cuba em março foi "um passo importante" para à melhoria das relações e uma "oportunidade" para mostrar a posição da ilha em temas "prioritários" e sensíveis no diálogo bilateral, como é o dos Direitos Humanos.

Perguntada sobre o quanto Obama poderia fazer até deixar a presidência, Josefina indicou que Cuba entende como necessário que o líder americano "use suas prerrogativas ao máximo de suas possibilidades para continuar introduzindo mudanças na política", para garantir a continuidade desta nova etapa entre as duas nações.

"Em resumo, Obama pode fazer muito mais por ser irreversível o processo no futuro", disse ela.

A diretora também se referiu ao impacto das eleições americanas neste diálogo e ressaltou que "espera" que o próximo presidente dos Estados Unidos "atue em correspondência com o sentir da imensa maioria da opinião pública" de seu país, que com "amplíssima margem apoia o curso atual da política para Cuba".

Em 20 de julho de 2015, ambos os países concluíram a primeira etapa no processo de "degelo" - iniciado em 17 de dezembro de 2014 - com o restabelecimento oficial das relações diplomáticas e a reabertura de embaixadas em Havana e Washington, após mais de meio século de inimizade.

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