O filho do líder líbio, Saif Kadafi: ele garante que o pai continua no comando do país (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2011 às 13h10.
Istambul - O Governo do coronel Muammar Kadafi não pensa em se render diante do avanço dos opositores, afirmou nesta sexta-feira o filho do presidente líbio, Saif al Islam Kadafi, em uma entrevista à emissora turca "CNN-Türk" em Trípoli.
"Temos os planos A, B e C. O plano A é viver e morrer na Líbia. O plano B é viver e morrer na Líbia e o plano C é viver e morrer na Líbia", declarou o filho do coronel que dirige o país árabe desde 1969.
Apesar de os relatórios que chegam da Líbia indicarem que o oriente líbio está dominado pelos rebeldes - um fato confirmado pelos milhares de turcos que foram repatriados nos últimos dias -, Saif al Islam Kadafi sustentou que a maior parte do país se encontra em condições normais.
"O sul do país está tranquilo. Há normalidade. O centro também está tranquilo, exceto em duas cidades", afirmou.
Na entrevista, ele afirmou que em Benghazi, a segunda maior cidade do país, "não há Exército nem Polícia", algo que atribuiu ao fato de cidades próximas do leste da Líbia terem caído nas mãos de "terroristas".
"Eles têm tanques. Roubaram os tanques do Exército. Em suas mãos têm armas, fuzis e munição. Lutam contra o Governo. São membros de grupos terroristas", disse.
O recurso de Kadafi de comparar os opositores a terroristas é interpretado por muitos como uma última tentativa de impedir que as grandes potências ocidentais retirem seu apoio ao Governo líbio, cujas relações com a União Europeia e Estados Unidos melhoraram nos últimos anos.
Nos últimos anos, Trípoli comprometeu-se a lutar contra a Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI), deter seus emigrantes ilegais que se dirigem à Europa e garantir direitos de exploração de seus recursos energéticos a companhias ocidentais.
As palavras do filho de Kadafi contrastam com as declarações dos turcos que retornaram de Benghazi e de outras cidades da região oriental do país, que asseguram que, apesar de alguns "saques de bandidos", os rebeldes respeitam a integridade física dos estrangeiros.
Em relação à deserção de altos comandantes militares líbios, que foram para a ilha de Malta, Saif al Islam Kadafi disse que eles só agiram dessa forma porque foram "enganados" pela informação dos opositores, que disseram que o coronel Kadafi tinha fugido do país.