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Filho de Bhutto inicia carreira política, após morte da mãe

Mais de 200.000 pessoas se reuniram no povoado de Garhi Khuda Bakhsh, onde se encontra o mausoléu da família Bhutto

Imagem de Bilawal Bhutto Zardari diante do mausoléu da família: apesar de uma longa estadia no exterior, para Bilawal Bhutto a política vem de berço (©afp.com / RIZWAN TABASSUM)

Imagem de Bilawal Bhutto Zardari diante do mausoléu da família: apesar de uma longa estadia no exterior, para Bilawal Bhutto a política vem de berço (©afp.com / RIZWAN TABASSUM)

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Da Redação

Publicado em 27 de dezembro de 2012 às 14h40.

Garhi Khuda Bakhsh - Uma multidão se reuniu nesta quinta-feira, no sul do Paquistão, para o quinto aniversário do assassinato da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, e pelo lançamento da carreira política de seu filho Bilawal.

Mais de 200.000 pessoas se reuniram no povoado de Garhi Khuda Bakhsh, onde se encontra o mausoléu da família Bhutto, para lembrar o falecimento de Benazir e ouvir o filho desta última e do atual presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, pronunciar seu primeiro discurso importante.

Várias mulheres batiam no peito diante do mausoléu, outras tocavam e beijavam o túmulo de Benazir Bhutto, afirmando, entre outras coisas, que "é preciso castigar os assassinos de Bhutto", constatou a AFP.

"Bhutto é uma emoção, um amor", declarou Bilawal. "Todos os desafios estão ensopados de sangue, mas vocês serão os perdedores. Quanto mais Bhuttos vocês matarem, mais Bhuttos vão surgir de cada casa", afirmou.

"Eu, como herdeiro de Bhutto, me pergunto porque os assassinos da minha mãe não foram castigados", acrescentou.

Até agora, não se sabe quem matou a ex-primeira-ministra paquistanesa.

Bilawal acusou o ex-presidente Pervez Musharraf de ser responsável pelo assassinato de sua mãe. Musharraf acusou então os talibãs, que negaram ter matado Benazir Bhutto.


No entanto, um ex-oficial dos poderosos serviços secretos paquistaneses, Saad Khan, afirmou que os talibãs podem realizar um atentado nesta quinta-feira para ofuscar a cerimônia em memória da morte de Benazir Bhutto.

"Foram mobilizadas forças especiais ao redor do mausoléu", disse à AFP o chefe da polícia local, Hashim Leghari.

Bilawal, que já lidera o Partido do Povo do Paquistão (PPP), fundado por seu avô, é herdeiro de uma trágica dinastia acostumada a governar o Paquistão.

No dia 27 de dezembro de 2007, Benazir Bhutto, ex-primeira-ministra e líder da oposição paquistanesa, foi assassinada em um atentado suicida durante a realização de um comício eleitoral perto de Islamabad. Primeira mulher a dirigir um país muçulmano, Benazir ocupou duas vezes o posto de primeira-ministra: em 1988-1990 e em 1993-1996.

O assassinato de Benazir Bhutto deu uma guinada na vida de seu filho, um universitário que, seguindo os passos da mãe, estudava em Oxford (Grã-Bretanha), longe dos meandros da confusa política paquistanesa.


Embora os últimos desejos de Bhutto contidos em seu testamento político designassem como sucessor seu marido, a estratégia eleitoral do partido quis que os olhares se voltassem para o filho, livre de suspeitas de corrupção.

Apesar de uma longa estadia no exterior, para Bilawal Bhutto a política vem de berço.

Seu avô materno, Zulfikar Ali Bhutto, foi o primeiro chefe de governo eleito pelo povo no Paquistão. Primeiro-ministro de 1971 a 1977, foi derrubado pelo golpe de Estado do general Mohammad Zia ul-Haq e enforcado dois anos depois, em 4 de abril de 1979, após um processo judicial que foi considerado uma verdadeira farsa.

Esta tragédia desencadeou uma rodada de desgraças que tirou a vida de dois dos tios do caçula do clã, mortos por envenenamento ou a tiros, além da vida da própria Benazir Bhutto.

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