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Fed sinaliza que não tem pressa para mudar política

Banco central dos EUA acredita que escalada de preços das matérias-primas não vai durar muito tempo

Ben Bernanke participará de uma sessão de perguntas e respostas às 15h15 (Alex Wong/Getty Images)

Ben Bernanke participará de uma sessão de perguntas e respostas às 15h15 (Alex Wong/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2011 às 14h39.

Washington - O Federal Reserve manteve o juro básico dos Estados Unidos entre zero e 0,25 por cento nesta quarta-feira, sinalizando que não tem pressa para retirar os estímulos à economia, e avaliou que a escalada dos preços de commodities será passageira.

Em comunicado após dois dias de reunião, o Fed disse que pretende completar o programa de compra de ativos de 600 bilhões de dólares em junho, como planejado.

Apesar de alguns problemas, o banco central norte-americano indicou que a recuperação econômica está seguindo em ritmo moderado, com pouco risco de que uma tendência de inflação se enraíze.

"A inflação aumentou nos últimos meses, mas as expectativas de inflação para o longo prazo continuam estáveis e as medidas das tendências de inflação ainda estão baixas", disse o Fed.

O comunicado do Fed deve ser ofuscado dentro de horas por uma sessão de perguntas e respostas com o chairman Ben Bernanke, às 15h15 (horário de Brasília).

O Fed reduziu a taxa básica de juros para quase zero em dezembro de 2008 e comprou quase 1,4 trilhão de dólares em ativos de longo prazo para incentivar a recuperação econômica dos EUA após a recessão.

Quando a recuperação desacelerou no ano passado, o Fed iniciou um programa adicional para comprar 600 bilhões de dólares em bônus governamentais.

O expansionismo sem precedentes do Fed foi acusado de elevar o custo do petróleo e de outras commodities. Autoridades do banco defenderam suas decisões, dizendo que a disparada das matérias-primas reflete principalmente o crescimento rápido de países emergentes e que uma economia norte-americana saudável rende benefícios globais.

O Fed está atrás de outros bancos centrais, como o Banco Central Europeu (BCE), que já agiram para elevar os juros ou devem fazê-lo em breve.

A política monetária descompassada dos EUA prejudica o dólar, que caiu ao menor valor em três anos frente às principais moedas nesta quarta-feira. Analistas preveem que o dólar continuará sob pressão.

Alguns membros do Fed expressaram preocupação de que o BC norte-americano fique atrás da curva para reagir às pressões inflacionárias se não reverter a posição expansionista logo.

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